Pontos de ônibus cheios, longas esperas para embarcar, superlotação. Essas são algumas das reclamações que usuários do transporte coletivo de Goiânia relatam, seja no dia a dia ou seja nas redes sociais do consórcio de empresas que gerencia o serviço na cidade.

Com o objetivo de apresentar sugestões simples e econômicas para impactar positivamente o transporte público, o professor dos cursos da área de Transportes do campus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, elaborou uma nota técnica com apontamentos de melhorias, que foi apresentada à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos de Goiânia (CMTC).

Dentre as sugestões: tratamento de linhas como rotas; controle de oferta de horário das viagens; conexões dos horários das linhas tronco com linhas alimentadoras; disponibilização transparente de informações aos passageiros nos pontos de embarque e nos letreiros dos veículos avisando sobre os itinerários das linhas; espaçamento entre os ônibus; cultura do horário fixo; melhoria das vias; permissão de conversões exclusivas para o transporte público e faixas exclusivas.

Segundo o professor, o documento contém informações que poderiam ser adotadas no planejamento, no controle da operação e na fluidez do transporte coletivo em Goiânia. “São apresentados apenas exemplos das situações encontradas, sem um levantamento exaustivo. Nem todas as medidas que podem ser adotadas para melhorar o transporte coletivo estão na alçada do operador do sistema. Nesta etapa se dá destaque às medidas que estão ao alcance, com implantação imediata, e medidas que exigem uma pequena interação com os órgãos de trânsito”, explica.

A nota técnica intitulada “Aspectos operacionais que contribuiriam para um melhor atendimento aos usuários do transporte coletivo na região metropolitana de Goiânia” faz parte de um projeto de pesquisa em desenvolvimento no campus Goiânia sobre transporte público, conduzida pelo docente e que envolve estudantes do curso técnico integrado em Transporte Rodoviário, na modalidade Educação para Jovens e Adultos (EJA), ofertado pela Instituição.

Para a elaboração do documento, foram utilizados resultados de pesquisas anteriores sobre a situação do transporte coletivo da região metropolitana da capital levando em consideração a atualização dos dados, que foram coletados entre os meses de agosto e setembro deste ano, utilizando informações disponíveis no aplicativo de transporte da cidade e em observações in loco.

O estudo tem como referência o Transity Capacity and Quality as Service (TCRP), manual publicado pelo Transportation Research Board, entidade norte-americana que estuda práticas utilizadas para a avaliação e aprimoramento do transporte coletivo em diversas regiões do mundo.

Para Marcos Rothen, compartilhar esses apontamentos é um passo para que a sociedade se aproprie dessas informações e cobre para vê-las na prática. “Tenho esperança que, divulgando isso, as pessoas tomem conhecimento e se interessem por fazer. O que eu vejo, até mesmo com os alunos, é que eles acham que isso (a má qualidade do transporte público) é normal, até eles estudarem o que é transporte. Eles não percebem que são mal atendidos. Embora seja uma coisa simples, as pessoas não percebem e não exigem. Não sabem o que podem fazer. Aí as pessoas vão fugindo dos ônibus e qual é o custo disso?”, finaliza.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Goiás (IFG)

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