A Ciência e a Tecnologia não existem para um fim em si mesmas. A razão de ser delas é tornar a vida mais digna e plena, em seus diversos aspectos. Sempre que alguém se depara com um problema a ser resolvido ou com um fenômeno a ser explicado, procura meios para isso, encontra uma solução inovadora e partilha com os demais, a humanidade recebe uma dádiva, um incremento que beneficia o presente e as futuras gerações.
Essa é a perspectiva que proponho para celebrarmos o Dia da Ciência e Tecnologia neste ano. A trajetória dos 110 anos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica é repleta de histórias transformadas pelo conhecimento construído e compartilhado.
Falar sobre a ciência e tecnologia no Brasil é pensar em como os 661 campi e unidades de ensino que compõem a Rede Federal, presentes nas 27 unidades federativas, nas pequenas cidades, nas regiões de fronteira, em comunidades ribeirinhas, seguem trazendo muito mais do que diplomas e certificados para as pessoas que de alguma forma se envolvem com eles – estudantes, professores, técnicos, colaboradores, famílias, grupos, comunidades.
A Rede Federal hoje tem aproximadamente um milhão de matrículas, segundo a Plataforma Nilo Peçanha (PNP) do Ministério de Educação (MEC), e seguimos aumentando esse número ano a ano. Em 11 eixos tecnológicos diferentes, metade das nossas vagas são para a educação técnica de nível médio, ofertamos no mínimo 20% das vagas para a formação de professores e cerca 30% para cursos superiores de tecnologia, bacharelados, engenharias e pós-graduação (mestrado e doutorado). Em cada campus, ofertamos cursos que visam ao atendimento dos arranjos produtivos locais.
Nosso diferencial está em promover a educação pública, gratuita e de qualidade em ambientes que vão além das salas de aula, com incentivo à criatividade, inovação e visão de futuro. Temos um alto grau de transferência de tecnologia aplicada a produtos e processos, por meio da extensão tecnológica. Nas incubadoras, polos de inovação, Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), registramos excelentes resultados de norte a sul do País. Já atingimos a marca significativa de mais de 11 mil projetos de pesquisa aplicada no âmbito da Rede Federal.
Hoje o Brasil ocupa a nona posição dentre as economias mais ricas do mundo, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), porém ainda precisamos avançar muito para obter melhores posições em classificações comparativas mundiais em educação, saúde, infraestrutura, saneamento básico, igualdade de gênero, para citar alguns índices importantes.
Uma análise publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o investimento público em Ciência e Tecnologia vem declinando nos últimos anos, vide o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em termos reais, a previsão para o MCTIC no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2018 foi de apenas 0,42% do orçamento total, menos de R$ 14 bilhões.
A atual conjuntura de investimentos públicos em Educação e em Ciência e Tecnologia, aliada a pseudoteorias anticientificistas e anti-intelectuais, ameaçam o presente e o futuro. A construção do conhecimento é um processo de longo prazo, é incremental, e se não for uma preocupação na atualidade, deixaremos de fazer a nossa parte pelas próximas gerações. Portanto, é fundamental que tenhamos políticas de estado continuadas para formar capital humano qualificado.
Por isso, neste dia em que celebramos a Ciência e Tecnologia, exorto a todos para seguirmos defendendo nosso propósito: atuar de forma a atender às necessidades daqueles que mais precisam, promovendo o desenvolvimento e a igualdade, contribuindo para que o País supere seus desafios educacionais, econômicos, sociais e ambientais, e ampliando horizontes humanos para continuar a crescer e ser melhor para todos e todas.
Jadir José Pela
Reitor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
Luiz Souza Costa Filho, professor e engenheiro civil do Campus Cáceres do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), criou uma válvula hidráulica com comando de fechamento deslizante que otimiza o uso do chuveiro e apresenta, entre os diferenciais, economia para instalação, conforto aos usuários e aspectos ergonômicos que favorece a acessibilidade para pessoas com deficiência. O produto inédito foi desenvolvido com base em pesquisa de doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com orientação do professor José Gilberto Dalfré Filho, doutor e pós-doutor em Engenharia Civil, e coorientação do professor Paulo Vatavuk, doutor e pós-doutor em Engenharia Mecânica.
Com o depósito de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na categoria Modelo de Utilidade, realizado pela Agência de Inovação Tecnológica do IFMT em conjunto com a Unicamp foi assegurado os direitos autorais pelo produto. Segundo Luiz, a partir do objetivo de produção em larga escala e disponibilidade do produto no mercado, já foi iniciado o diálogo sobre possível licenciamento de patente com uma empresa especializada e uma das líderes do segmento na produção de metais sanitários no Brasil.
“Nosso objetivo foi sempre desenvolver um produto e tecnologia que pudesse trazer benefícios e ser aproveitado pelas pessoas. Não ficar em prateleiras e estantes. Estamos em processo de negociação com uma empresa para produção em grande escala, já passamos a primeira etapa com sinal verde, agora outros protocolos estão sendo desenvolvidos. É a realização de um grande sonho”, afirma Luiz.
Entre as vantagens da válvula hidráulica criada pelo pesquisador sobre as válvulas existentes hoje no mercado está a economia nas instalações hidráulicas com a comprovação de um menor coeficiente de perda de carga, na ordem de 10 %, em comparação com as já existentes.
De acordo com os testes realizados, além do conforto ergonômico, acessibilidade às pessoas com deficiência e segurança aos usuários com a prevenção de choques mecânicos, o produto tem a possibilidade de fixação totalmente embutida na alvenaria ou em outra estrutura de vedação, bem como a facilidade de manutenção evitando quebra de alvenaria e revestimentos. Outra vantagem é a economia de espaço na área útil de boxes do banho. Segundo o pesquisador, essa maximização da área é em torno de 0,1 metros quadrados, por boxe, o que representa em um conjunto de 1000 casas, uma economia de área de 100 metros quadrados.
Incentivo à qualificação – Natural de Campo Grand (MS), Luiz é egresso da antiga Escola Agrotécnica Federal de Cáceres, hoje campus do IFMT, onde cursou o ensino médio e retornou, em 2010, após aprovação em concurso público para engenheiro civil. Ele é um dos primeiros quatro técnico-administrativos da instituição com incentivo à qualificação para doutorado.
Com 32 anos de profissão, Luiz aposta na inovação tecnológica para projetar o IFMT, Cáceres e Mato Grosso para o Brasil e o mundo. “Nós oferecemos educação de qualidade, com incentivo à pesquisa e à ciência. Esse e outros registros de patentes e invenções demonstram o universo de possibilidades que as instituições educacionais podem oferecer a sociedade, não só para bens de consumo, mas serviços e melhoria na qualidade de vida das pessoas”, afirma.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT)
Esron Candeia, de 22 anos, é estudante do 6º período do curso superior de Tecnologia em Design de Moda do Campus Caicó, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Em maios deste ano, o jovem venceu – na categoria Design – o concurso “Ceará Moda Contemporânea”, agora está entre os seis ganhadores da primeira edição do Future Design – Prêmio Fashion For Future.
Destinado a estudantes de moda, o prêmio do concurso é um curso de orientação profissional em Milão, na Itália, cidade considerada a capital mundial da moda. Workshops sobre negócios e o futuro da moda, visitação a lugares importantes para a história da moda italiana, orientações sobre o mercado de trabalho atual, entre outras atividades, estão na programação do curso.
Agendado para acontecer entre os dias 23 a 27 de junho de 2020, o curso será custeado pela plataforma Fashion For Future; para bancar as despesas com passagem, hospedagem e alimentação, Esron contará com a ajuda de amigos e familiares.
Sobre o Future Design, Esron destacou: “a competição ressalta esforços e talento de qualquer profissional. O prêmio com um curso na Itália, berço da moda, será, sem dúvida, uma experiência única e enriquecedora em minha vida.”
Concurso – O estudante soube do concurso por meio de uma publicação no Instagram: “Li o edital e percebi que me encaixava nos requisitos da seleção. Lembrei da experiência que tive com o Ceará Moda Contemporânea – no qual fui primeiro colocado – e enxerguei mais um concurso como nova oportunidade”, disse.
O Fashion For Future, concurso de nível nacional, é dividido em três etapas eliminatórias. Dos 300 inscritos iniciais, 25 foram classificados para semifinal. Numas das etapas, os candidatos tiveram de elaborar um moodboard (painel visual) sobre temas diversificados sugeridos pelos organizadores e escrever uma carta motivacional, além de encaminhar uma carta de recomendação de um professor orientador. Para a etapa final apenas 12 candidatos foram selecionados. O resultado, anunciado através de uma live no Instagram, escolheu seis finalistas vencedores, todos contemplados com o prêmio, entre eles Esron, único representante do Norte/Nordeste
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)
A primeira turma de Doutorado Interinstitucional (Dinter/2018) em Educação ofertado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, por intermédio do Termo de Cooperação Técnico-Cientifica com o Instituto Federal de Rondônia (IFRO), que iniciou em março de 2018, produziu o livro denominado “A Educação de Jovens e Adultos: práticas, políticas e desafios”. A obra foi organizada por Cledenice Blackman, José Carlos Miguel e Moisés José Rosa Souza.
O livro resulta da disciplina “Abordagens Metodológicas da Educação de Jovens e Adultos” ministrada pelo professor José Carlos Miguel aos doutorandos (as) do Dinter Unesp x IFRO. O livro é formado por uma coletânea de textos constituída de 12 artigos, produzidos pelos docentes e Taes do IFRO, em sua maioria, tendo a participação de dois alunos moçambicanos, dos professores José Carlos Miguel e Dagoberto Buim Arena da Unesp e da professora Nair Ferreira Gurgel do Amaral da Unir, que elaborou o prefácio do livro.
Cledenice destaca que a construção bibliográfica nesta área é pioneira, pois traz desde relato de experiência de superação de alunos que foram estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na região de Rondônia, até outras abordagens que fazem referência à modalidade EJA na perspectiva da práxis, política e desafio no cenário educacional. “O livro tem como objetivo demonstrar uma Educação transformadora e apresenta-se como possibilidade de reflexão e de cobrança acerca da necessária e urgente inclusão daqueles que estão à margem do processo educacional. É um livro atual, forte, vivo”, diz a pesquisadora que é Assessora de Bibliotecas no IFRO.
Para a docente Sirley Leite Freitas, que assina dois artigos do livro, o trabalho foi inspirador. “O livro é resultado de um trabalho coletivo que teve como principal idealizador o professor José Carlos Miguel. Fomos incentivados a escrever sobre nossas experiências na EJA. Assim, junto com o professor Moisés José Rosa de Souza e com o professor Dagoberto Buim Arena escrevemos sobre o recente histórico da EJA no IFRO e junto com a professora Andréia dos Santos Oliveira e com o professor José Carlos Miguel escrevemos sobre as implicações da teoria histórico-cultural para o ensino da leitura na EJA”, explica.
A organização da obra ressalta que o material bibliográfico foi organizado em período recorde de cinco meses, durante os meses de maio a setembro de 2019. A primeira tiragem teve um total de 170 exemplares, com distribuição realizada entre os autores e autoras. As bibliotecas dos Campi Ariquemes, Guajará-Mirim, Porto Velho Calama, Porto Velho Zona Norte, Vilhena, Colorado receberam exemplares do livro, uma vez que houve o financiamento do IFRO.
Fonte: Assessoria de Comunicação Instituto Federal de Rondônia (IFRO)
Letícia Araújo Ribeiro, estudante do 1º ano de Informática do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), em Belo Horizonte, foi uma das grandes vencedoras do Desafio “Change the Game”, lançado pela Google Play. O concurso estimula jovens mulheres estudantes do Ensino Médio em todo o Brasil a criarem design e enredo para jogos de celular. Nessa edição, os jogos concorrentes deviam refletir a interpretação criativa das estudantes sobre o tema “O que eu quero ver no futuro?”.
As jovens competiram ao apresentar uma descrição da ideia, as mecânicas de funcionamento, o enredo e as motivações para os jogadores seguirem jogando, além de responderem à pergunta “Por que você é apaixonada por criação de jogos?”. O projeto desenvolvido por Letícia traz uma garota e seu fiel escudeiro felino explorando a internet. “Escolhi esse subtema, pois o que desejo ver no futuro é uma maior educação para o uso da web e seu funcionamento. Desejo também que essa educação seja acessível e interessante para todos”, vislumbra a estudante.
A competição escolheu duas grandes vencedoras em todo o País: Letícia, ganhadora entre as estudantes de escolas públicas, e Isabela Morais, do Cotemig, entre as alunas de escolas particulares. Letícia conta que o Cefet-MG foi essencial para o projeto que, inclusive, em grande parte foi desenvolvido nos laboratórios da Instituição. “O curso técnico em Informática foi uma das minhas maiores inspirações. Fui muito incentivada pelos professores Sandro Renato Dias, de Algoritmos e Lógica de Programação, que tornou o “Change the Game” um trabalho avaliado para o ano, e pelo Daniel Hasan Dalip, de Programação para Web, que me deu algumas dicas para o jogo e sua história”, exalta.
As duas vencedoras receberão como prêmio passagens para São Paulo para encontros com profissionais de desenvolvimento e promoção dos jogos e ainda terão acesso a uma plataforma online com 16 cursos sobre fundamentos e lógica de programação. “Vencer esse desafio é uma promessa de futuro. Através dos projetos, sei que eu e diversas outras mulheres teremos, e temos, nosso lugar nessa área tão dominada por homens. Espero continuar nesse caminho, aprender mais sobre programação e um dia trabalhar nessa área e, talvez, ensinar. Espero também conseguir iniciar e executar projetos semelhantes ao “Change the Game”.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
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