O Instituto Federal de Rondônia (IFRO), entre os anos de 2016 e 2019, tem registrado aumento gradativo de tecnologias assistivas para o atendimento de pessoas com deficiência na instituição.
Segundo o Revisor de Texto Braille do IFRO, Moisés Lima, a Coordenação de Educação Inclusiva (CEI/DAE/PROEN) do Instituto, através das realizações de capacitações, treinamentos, encontros, estudos técnicos, tem buscado fazer com que a inclusão plena dos estudantes aconteça dentro da instituição, “[...] e esses esforços contribuíram para que o número de tecnologias assistivas do IFRO aumentassem gradativamente ano a ano, chegando a registrar em dezembro de 2019 um aumento de 50,4% em relação ao nosso ponto de partida, o ano de 2016”.
Conforme a Coordenação de Educação Inclusiva, o IFRO tem realizado ações que beneficiem o público-alvo da educação especial, buscando atender os objetivos da instituição, bem como atender o que está preceituado no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI -2018-2022), item 7.5.1, Plano de acessibilidade: “O Instituto Federal de Rondônia possui um compromisso social com relação à cultura inclusiva, propondo diversas ações para a participação de pessoas com deficiência ou necessidade especial em suas unidades, oferecendo atendimento diferenciado, desde o acesso físico, e moldando seus recursos pedagógicos para atender a comunidade com a melhor qualidade possível. Nesse sentido, a Instituição vem buscando readequar seus ambientes físicos, bem como novas tecnologias que forneçam a melhoria adequada aos seus espaços com vistas à inclusão social”.
Moisés Lima reforça que as tecnologias assistivas são fundamentais para os estudantes. “Essas ferramentas potencializam o processo educativo desses alunos público-alvo da educação especial, e também servem como uma ferramenta potencializadora do ensino quando aplicadas pelos docentes da instituição”.
Aquisições – Entre os materiais adquiridos estão os dicionários de LIBRAS, audiolivros, soroban, teclado colmeia, lupas, geoplano, punções, calculadora sonora, e outras. “Todas essas ferramentas otimizam o atendimento a estudantes com mobilidade reduzida, surdez, deficiência visual, baixa visão e estudantes que possuem alguma dificuldade motora”, reforça Moisés.
Lima destaca ainda a aquisição de impressoras para produção em Braille, Impressora Fusora para produção de materiais táteis em alto relevo. “Ressalta-se também que a instituição aumentou o seu acervo de periódicos em Braille no período, chegando a dobrar a quantia existente em 2017, passando de 62 periódicos para 126 em 2018. Esses materiais são fundamentais para o atendimento a estudantes com deficiência visual e essas aquisições vão ao encontro das demandas existente nos campi”, esclarece o Revisor de Texto Braille.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Rondônia (IFRO)
O projeto de extensão “Luz, Câmera, Bilíngue!”, do Campus Palhoça Bilíngue do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), foi premiado numa mostra de pôsteres durante o Congresso Internacional do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Coines), no Rio de Janeiro. O trabalho será publicado em um periódico semestral do instituto (Ines).
O bolsista Darley Goulart Nunes foi o responsável por apresentar o pôster no Coines. Ele conta que os avaliadores ficaram impressionados com os materiais produzidos e com o público que eles atingiram, medido pelo número de curtidas em redes sociais, por exemplo. “Acredito que ganhamos porque usamos tecnologia, primeiramente, e também por ter pensado em tornar sites mais acessíveis visualmente com a língua de sinais e ter feito produção audiovisual bilíngue”, avalia. Além da publicação no periódico do Ines, o projeto também recebeu materiais produzidos pelo Ines, como DVDs e apostilas, como premiação.
O “Luz, Câmera, Bilíngue!” consiste em uma proposta de intervenção que visa divulgar eventos e atividades socioculturais em Libras e língua portuguesa para alunos do Campus Palhoça Bilíngue por meio de produção audiovisual. Além disso, pretendia divulgar o campus nas mídias sociais para gerar um reconhecimento positivo da instituição, informar e incentivar a participação de surdos nos eventos culturais da região de Palhoça e promover o fortalecimento de vínculo da instituição com a comunidade, evitando a evasão escolar.
Iniciado em agosto, o projeto foi apoiado pelo edital de Protagonismo Discente, destinado a iniciativas idealizadas e lideradas por estudantes. A autora da proposta é Laís Rovani Teixeira, aluna do curso de superior de tecnologia em Produção Multimídia do Câmpus Palhoça Bilíngue. “Sempre visando o que acontece no campus e também, o que envolve a comunidade surda, nos baseamos nisso para criar os cronogramas mensais para postagem”, explica Laís. As postagens a que ela se refere foram feitas em uma página no Facebook e em um perfil no Instagram.
As publicações sempre contam com legenda e algumas também, narração em Libras. A equipe do projeto desenvolveu uma identidade visual que Laís afirma que está em trabalho de consolidação, para maior identificação do projeto nas redes sociais. “É um projeto que cresceu muito e ainda tem muito a crescer e se desenvolver. O próximo ano será um ano de consolidação”, comenta Laís. Embora o edital de Protagonismo Discente termine em dezembro, o grupo tem intenção de continuar com o projeto em 2020.
A equipe do “'Luz, Câmera, Bilíngue!“ é formada, além de Laís e Darley, pelos bolsistas Mateus Sousa, Nicole do Nascimento e Renan Vieira e pela professora Ana Paula Jung.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
A ficha só caiu para a estudante Adrieny Teixeira, do Campus Centro do Colégio Pedro II (CPII), de 15 anos, quando ela desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no dia 26 de novembro. Depois de cinco dias representando o Brasil e a Instituição no 10° World Mathematics Team Championship (WMTC), que aconteceu em Pequim, na China, a adolescente voltou pra casa sendo a única menina a conquistar uma medalha de ouro nesta edição da competição.
Adrieny, que está no 9º ano do ensino fundamental, competiu com estudantes de outros cinco países – China, Austrália, Filipinas, Malásia e Bulgária – na categoria avançado. Um detalhe: as provas aplicadas eram niveladas para estudantes de ensino médio, entre 15 e 20 anos.
A estudante viajou com mais outros 17 colegas (oito do Campus Centro e nove do Campus São Cristóvão III). Todos foram acompanhados dos professores Ivail Muniz Junior, Marissol da Fonseca e Isabel Campos Barroso, responsáveis pela preparação do grupo para as provas desta olimpíada internacional de matemática. A viagem do grupo foi financiada pela Assistência Estudantil.
A delegação conquistou 18 premiações (11 medalhas e 7 menções honrosas) fazendo com que o CPII fosse a instituição brasileira com melhor desempenho na competição – outras 21 escolas participaram.
Para Adrieny e outros colegas, essa foi a primeira vez que realizaram uma viagem internacional, o que para muitos ainda é algo fora de suas realidades.
Como surgiu seu interesse pela Matemática? Foi na escola? Sua família te incentivava?
- Eu não gostava muito de Matemática no início, mas tirava boas notas. O interesse pela matéria começou quando iniciei a realização das olimpíadas acadêmicas no CPII e pelo incentivo de diversos professores maravilhosos que tive. Minha família sempre me incentivou em tudo. Então, nos bons e maus momentos sempre estava ao meu lado, me apoiando e incentivando
Quando começou a participar de olimpíadas de matemática e quais resultados já obteve?
- No 6°ano quando participei da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) pela primeira vez, não me preparei e ganhei menção honrosa. A partir dali, comecei a gostar dos desafios da Matemática e a me inscrever em todas as olimpíadas acadêmicas.
OBMEP 2015: Menção honrosa.
OBMEP 2017: Menção honrosa.
OBMEP 2018: Medalha de bronze.
Canguru 2018: Medalha de prata
Canguru 2019: Medalha de Ouro
OBMV 2018: Menção honrosa
Olimpíada Tubarão 2018: Medalha de bronze
OBA 2018: Medalhade bronze.
OBA 2019: Medalha de prata.
OIMSF 2019: Medalha de ouro.
WMTC 2019 (China): Medalha de ouro.
OBRL 2019: Medalha de prata.
OMERJ 2018: Medalha de bronze
OMERJ 2019: Menção honrosa
Concurso Literário Adélia Prado 2018 (CPII- Centro): Medalha de menção honrosa (4°lugar)
Jogos Intercampi CPII (2017): Soçaite – 2° lugar.
Jogos Intercampi CPII (2018): Tênis de mesa – 3°lugar
Jogos Intercampi CPII (2019): Tênis de mesa – 1° lugar.
OBMEPEIROS 1°edição 2019: 2° lugar geral no nível 2.
Como foi sua preparação para a WMTC?
- Quando fiquei sabendo que iria participar da WMTC, comecei a realizar provas anteriores. O grupo teve encontros com o professor Ivail (Departamento de Matemática), que resolvia as questões das provas de anos anteriores da WMTC e com professora Marissol (Departamento de inglês) que fazia encontros também, ajudando e orientando os alunos com vocabulários matemáticos em inglês.
Antes dessa viagem você já tinha viajado para fora do Brasil? Se essa foi sua primeira vez, o que achou da experiência?
- Essa foi minha primeira viagem e olimpíada internacional realizada. Eu fiquei deslumbrada em conhecer diversas culturas que encontrei pelo caminho. Tivemos passeios por vários pontos turísticos da China, inclusive a Grande Muralha (um dos lugares que sonhava visitar). Foi uma experiência incrível, que jamais tinha vivenciado. Agradeço ao CPII por isso, pois jamais meus pais poderiam me proporcionar uma viagem de avião, muito menos internacional.
O que significou pra você representar sua escola, ao lado de seus colegas, em uma competição internacional?
- Foi muito gratificante representar o meu colégio junto aos meus amigos. Isso mostra que a escola pública como o CPII tem muitos alunos dedicados, que representam o Brasil e o colégio em olimpíadas internacionais. O nosso resultado prova que a escola pública, como o CPII, tem educação de qualidade. Fiquei muito feliz e orgulhosa em fazer parte deste time incrível, com excelentes pessoas.
O que achou do nível de dificuldade das provas da WMTC? Que tipo de provas você realizou?
- Particularmente, considero o nível da prova elevado. Eu e a Isabel Fernandes fomos as únicas do 9°ano a realizar a prova no nível avançado (um nível superior ao nosso), por questão da idade e regras da olimpíada. Então, realizamos nível de prova de ensino médio. Na rodada individual, a gente tinha 10 minutos para fazer 8 questões, depois mais 10 minutos para fazer 4 questões e por último mais 10 minutos para fazer mais 2 questões. O tempo foi muito corrido e o nível da prova foi muito difícil. Além da prova estar toda em inglês. Nunca tinha realizado uma olimpíada igual a essa em questão de dificuldade e de tempo.
O que sentiu ao ser a única menina a conquistar o ouro em sua categoria?
- Na hora eu fiquei muito surpresa. A minha ficha só caiu quando cheguei no aeroporto…(rsrs) Pelo nível da prova, eu não achava que tinha ido tão bem. Ainda mais por ser aluna do 9°ano e a prova ter sido a nível de ensino médio. Foi muito emocionante a premiação. Fiquei bastante feliz também com o resultado dos meus amigos do Campus Centro e de São Cristóvão.
O que você diria para incentivar outros estudantes a participarem de olimpíadas e a se dedicarem mais à matemática?
- Matemática não é um “bicho de sete cabeças”. Com treino e dedicação ela vai se tornando mais fácil e prazerosa. Matemática é vida. Recentemente, muitas universidades passaram a reservar vagas para medalhistas de olimpíadas. Graças também a essa disciplina, consegui realizar alguns sonhos.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Colégio Pedro II (CPII)
Cinco oficinas voltadas para recuperação do meio ambiente envolveram os estudantes do Campus Salgueiro do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) em uma missão desafiadora: minimizar o impacto ambiental sofrido pelo riacho Mandim, que percorria parte da área destinada à fazenda do campus e hoje está assoreado devido à degradação da mata ciliar e proliferação indevida de espécies não nativas. As oficinas fazem parte de um projeto contínuo de recuperação ambiental desenvolvido por professores do campus, chamado de "Brigada Mandim".
A proposta do projeto é, a longo prazo, promover a recuperação da área que hoje está degradada e sofrendo fortes processos de erosão e desertificação, a partir de quatro eixos: a delimitação da área a ser recuperada, contenção das voçorocas (buracos de erosão), identificação das espécies nativas ainda existentes no local e recuperação das áreas degradadas. Cada um desses eixos compreendeu uma oficina, que mobilizou alunos e professores na luta pela preservação ambiental.
As atividades começaram com a história do riacho Mandim e da área por onde ele fazia seu curso, que hoje pertence à fazenda do Campus Salgueiro. O técnico em Agropecuária, Reginaldo Sá, que morou com sua família em uma fazenda no entorno do riacho, antes da degradação, compartilhou a história do local com os alunos e falou sobre a riqueza e diversidade de fauna e flora existente lá, e como foi sendo afetada, entre outros fatores, pela inserção de espécies não nativas na região.
Na sequência, os estudantes participaram da delimitação da área a ser preservada, com os professores Edilvan Souza e Samira Brito, e fizeram a identificação das espécies nativas ainda existentes, com os professores Rômulo Medeiros e Samira Brito. Eles localizaram marizeiros, juazeiros e baraúnas, que são árvores bastante características do semiárido brasileiro, e fizeram a sinalização de cada espécie com placas específicas. "Isso é importante não só para identificar a vegetação local como para demarcar a nossa presença nesse espaço, que ficou abandonado por muitos anos. Com estas ações estamos dizendo à comunidade que estamos aqui, que essas árvores são importantes e não podem ser retiradas nem danificadas", explicou o professor Rômulo Medeiros.
Na oficina de contenção de voçorocas, os estudantes, guiados pelas professoras Sandra Galvão e Adriana Figueiredo, confeccionaram barreiras de contenção para minimizar o avanço dos buracos provocados pela água da chuva, que aos poucos foram danificando as margens do riacho Mandim. A expectativa do grupo é de que, correndo com menos intensidade, por causa da contenção, a água da chuva possa não só danificar menos as margens do riacho, como penetrar o solo degradado, ajudando a reter nutrientes e umidade, fundamentais para o crescimento de novas espécies de vegetação.
Na última oficina, ministrada pelos professores Reginaldo Maia e Dan Vitor Vieira, convidado da Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (Fachusc), os alunos aprenderam técnicas de recuperação de áreas degradadas utilizando material reciclável. "Eles criaram algumas situações que são favoráveis para o repovoamento da fauna nessa região degradada, delimitando, por exemplo, espaços onde aves podem pousar e se alimentar. Espalhamos algumas sementes de plantas típicas do semiárido, e com o tempo e a atração desses animais, esperamos que germinem e se desenvolvam, ocupando o espaço que hoje está desertificado", explicou Dan Vitor.
A proposta da Brigada Mandim é que ações como as promovidas nas oficinas sejam contínuas, para que a área delimitada possa ser, de fato, recuperada a longo prazo. "Sabemos que é um trabalho de formiguinha, mas é essencial para recuperação não só do riacho, mas um pouco da história, da essência do sertanejo, que está diretamente ligada a locais como esse. Queremos que essas ações ajudem a despertar nos estudantes um pouco da sua identidade como sertanejos, das suas relações com o campo e a natureza. Esse é o nosso maior objetivo", concluiu o professor Rômulo Medeiros.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE)
Criando uma cultura de alimentação sustentável e com o objetivo de promover a interação teórico-prática de estudantes com a natureza, está sendo desenvolvido no Campus Aparecida de Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG) o projeto de ensino “Horta Sociológica: construindo a cultura da alimentação sustentável no Campus Aparecida de Goiânia”. Coordenado pela professora Manuela Alvarenga do Nascimento, o trabalho envolve doze alunos do 2º ano dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio em Alimentos, Edificações e Química. O projeto abrange aspectos sociológicos, econômicos e ambientais da produção e do consumo de alimentos.
A Horta Sociológica parte do fato de que as pessoas precisam reconhecer as relações que permeiam o que lhes chega ao prato diariamente. A professora Manuela explica que os direitos alimentares incluem a importância de conhecermos se o alimento que consumimos faz uso de agrotóxicos, se sofreu modificações genéticas ou se decisões políticas ou econômicas estão por trás de determinado tipo de produção. Essas e outras questões são trabalhadas com os estudantes que compõem o projeto de ensino e enriquecem a ação prática que estão desenvolvendo na horta construída no campus.
Formação cidadã – Sem a utilização de insumos químicos, estão sendo cultivados na horta produtos como alface, pimenta, alecrim, cebolinha e outros. Os estudantes capinaram a área da horta, fizeram os canteiros, prepararam a terra e plantaram as mudas, trazidas por alunos e professores. Para os cuidados diários, os integrantes do projeto têm uma escala que inclui o sábado. A horta não está tendo problemas relacionados a pragas, mas os adolescentes estão preparados para enfrentá-los, caso ocorram. O trabalho na horta inclui ainda atividades extras, como pesquisa, desenvolvimento de receitas e um relato de suas atividades. Tudo isso vai para um e-book, conforme revela a professora Manuela Alvarenga, que deve ficar pronto ainda este ano.
“Eu estou gostando muito de participar desse projeto. É importante, porque é um avanço para a gente crescer em conhecimentos e poder oferecer alimentos saudáveis na escola”, relata a estudante Heloísa Azevedo. Ela tem a expectativa de que o projeto cresça, com a participação de mais estudantes e de servidores, que possam participar inclusive no período de férias. “Com mais pessoas, nós poderemos colocar mais coisas na horta”, acrescenta. Todas as decisões sobre o que produzir e a quem destinar a produção, segundo informa a professora Manuela, são tomadas coletivamente.
Considerando as complexas relações que envolvem a produção e o consumo de alimentos, a coordenadora do projeto destaca que o trabalho se alinha à proposta dos institutos federais, de contribuir para o desenvolvimento local através da formação cidadã. “Esse projeto propõe apontar caminhos e estimular a vivência do aluno de sua condição de cidadão através da prática alimentar. Portanto, o mesmo se justifica por constituir um importante instrumento didático de formação cidadã dos estudantes sobre suas próprias práticas alimentares e das desenvolvidas na cidade de Aparecida de Goiânia”, afirma a professora Manuela Alvarenga.
Apoio – O projeto de ensino Horta Sociológica recebeu este ano um importante apoio da empresa eeCoo, que atua na área da sustentabilidade ambiental, por meio do comércio e da distribuição de materiais descartáveis biodegradáveis e compostáveis. A eeCoo fez a doação de uma cerca para a horta, que a professora Manuela considerou de grande importância, por ajudar a evitar a retirada de hortaliças em momentos inoportunos por pessoas que não participam do projeto. Em visita à Horta Sociológica no final de novembro, o gerente comercial da eeCoo, Guilherme Neves, divulgou seu trabalho aos estudantes, que puderam enriquecer ainda mais seus conhecimentos sobre consumo e descarte não poluentes.
Guilherme, que também é sociólogo e pesquisador na área da sustentabilidade ambiental, trouxe amostras de copos e talheres fabricados com amido de milho e copos fabricados com celulose e revestimento de ácido poliático (também derivado do amido de milho). Os produtos, feitos a partir de alimentos naturais, são mais resistentes que os descartáveis de plástico convencional, com a vantagem de, após serem reutilizados algumas vezes, poderem ser descartados com o lixo orgânico. Enquanto o plástico leva em média 400 anos para se decompor, os recicláveis de amido de milho se decompõem no período de seis meses a dois anos.
Além de poderem ser utilizados no consumo de alimentos, os copos biodegradáveis podem servir para o plantio de mudas, segundo explicou Guilherme Neves aos estudantes, pois se decompõem na terra nos primeiros meses ou anos do crescimento da planta. Alguns dos estudantes participantes do projeto revelaram já ter ouvido falar nesse tipo de material descartável, mas nenhum deles havia ainda conhecido de fato os produtos.
Para a professora Manuela Alvarenga do Nascimento, a parceria enriquece o projeto, por despertar a consciência ambiental sobre os malefícios causados pelos descartáveis plásticos. “As pessoas precisam saber que existem produtos descartáveis e sustentáveis e estes produtos, ao meu ver, já deviam ter ocupado o lugar dos copos de plástico, em todos os lugares, como refeitórios de escolas, clínicas médicas, eventos e outros”, afirma. A professora considera que é fundamental as pessoas conhecerem tais alternativas e que mais fabricantes ocupem o mercado “com uma concorrência saudável entre produtos que não danificam a sociedade”, diz.
Experiência – A experiência da Horta Sociológica no Campus Aparecida de Goiânia começou em 2018, sendo este o terceiro grupo de estudantes a participar do projeto. Antes disso, a professora Manuela realizou trabalho semelhante no período de 2015 a 2017 no Campus Itumbiara, onde atuava. Ela avalia que é muito positivo o resultado do trabalho para despertar o interesse dos estudantes para aspectos mais complexos que envolvem a produção de alimentos. “Os estudantes têm mais contato com a produção alimentícia e com questões sociais que as envolvem”, afirma.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Goiás (IFG)
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