Uma ideia na cabeça e 48 horas para criar uma solução que atenda a pequenos e médios produtores de Goiás do ramo de hortifrutigranjeiros, foi assim que um grupo de estudantes do Campus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), do Campus Trindade do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) criou a startup Tracking Coop, projeto que venceu o Hackathon Desafio AgroStartup na Campus Party Goiás e hoje é uma das startups que participa do programa de incubação Campo Lab, do sistema da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A plataforma de comercialização cooperativa, que está em desenvolvimento, busca aproximar produtores hortifrutigranjeiros e comerciantes para que possam negociar diretamente na plataforma e oferecer serviço de rastreabilidade aos produtos.

“A plataforma oferece como vantagem para o produtor a oportunidade de comercializar a preços mais competitivos e a adequação à lei de rastreabilidade, segundo a qual o consumidor tem direito de saber onde e quando foi produzido o alimento que consome, e quais os fertilizantes e demais substâncias foram utilizados no cultivo. Oferecemos isso em nossa plataforma”, explica a estudante e servidora do Campus Goiânia do IFG, Danielle Almeida.

O encontro do grupo só foi possível graças ao Desafio Hackathon AgroStartup na Campus Party Goiás, que possibilitou que o casal Danielle Almeida Gomes (aluna concluinte do curso de Sistemas de Informação e servidora do Campus Goiânia do IFG) e Carlos Henrique Rodrigues Carvalho (aluno do curso de Gestão da Informação da UFG e funcionário do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás, ligado ao sistema Faeg/Senar) se juntasse a outros estudantes, até então desconhecidos do casal, Letícia Mendes Azevedo (estudante de Agronomia da UFG) e Henrique de Deus Cardoso (estudante de Engenharia de Computação no Campus Trindade do IF Goiano).

Eles aceitaram o desafio de pensar soluções para promover a comercialização de produtos agropecuários durante a Campus Party Goiás. Aliando a expertise das áreas de Tecnologia da Informação e da Agronomia, o grupo teve a ideia de criar uma solução tecnológica que, além de facilitar o comércio digital entre agricultores e varejistas, pudesse oferecer como diferencial o serviço de rastreabilidade de produtos hortifrutigranjeiros.

A rastreabilidade de hortifrutigranjeiros é uma exigência instituída, em 2018, por meio de Instrução Normativa Conjunta nº 02, de 7 de fevereiro de 2018, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estabelece procedimentos para a rastreabilidade, ao longo de toda a cadeia produtiva, de produtos vegetais in natura (frescos) destinados à alimentação humana, para fins de monitoramento e controle de resíduos de agrotóxicos.

“A partir da necessidade que identificamos no ramo de hortifrutigranjeiros, a gente elaborou essa plataforma. Identificamos a necessidade do produtor comercializar a preços mais justos, porque, seja por desconhecimento ou por não se adequar a determinada legislação, ele acaba perdendo mercado. A Tracking Coop vem para ofertar a rastreabilidade digital para esse produtor de forma gratuita, oferecendo a ele a oportunidade de comercializar, com outros produtores, e a ter acesso a outros mercados”, explica a estudante de Sistemas de Informação e servidora do Câmpus Goiânia do IFG, Danielle Almeida Gomes.

Inovação – A ideia fez tanto sucesso que a equipe venceu, em 1º lugar, no Hackathon Desafio AgroStartup, realizado na Campus Party Goiás, no dia 7 de setembro, e faturou R$ 10 mil reais para desenvolver a plataforma digital. O grupo conquistou também a oportunidade de participar do programa de incubação de startups focadas no agronegócio Campo Lab, que é desenvolvido pelo Sistema Faeg/Senar.

A startup está em fase de validação da ideia, que consiste em registrar e buscar atender as demandas dos três principais públicos-alvo da plataforma digital, que são: produtores hortifrutigranjeiros, varejistas/supermercadistas e engenheiros agrônomos responsáveis pela emissão de laudos para rastreabilidade dos produtos hortifrutigranjeiros.

O objetivo é que as operações entre esses três perfis de usuários do sistema ocorram digitalmente, seja por meio de um site ou por meio de um aplicativo da Tracking Coop destinado a celulares smartphones. A equipe pensa em monetizar a plataforma, a partir da oferta de planos de assinatura mensal para a utilização do sistema pelos produtores, comerciantes e agrônomos.

Vantagens – Para o grupo, a inovação contribuirá especialmente com os produtores hortifrutigranjeiros que poderão agregar a rastreabilidade a seus produtos por meio da plataforma. Os comerciantes e supermercadistas também se beneficiarão com essa solução digital, porque poderão comprar lotes de hortifrutigranjeiros de vários agricultores com a rastreabilidade já fornecida, simplificando esse processo tanto para os agricultores quanto para os comerciantes.

Outro beneficiário dessa inovação será o consumidor final, que terá acesso a informações sobre onde, como e quando foi produzido determinado produto vegetal. Essas informações poderão ser consultadas pelo consumidor por meio de um código QR Code, que será fornecido pela plataforma da Tracking Coop para aplicação nas embalagens dos produtos. “Essa informação toda tem que estar transparente para o consumidor e nem sempre ela está. E a nossa ideia é facilitar a ponte entre o produtor e o agrônomo, para gerar esse laudo. Assim, esse produtor vai poder comercializar com outros mercados, que, talvez, hoje ele não tenha acesso por falta desse laudo (de rastreabilidade) ou pela dificuldade de acessar esse agrônomo”, comenta Danielle Almeida.

A plataforma digital Tracking Coop ainda está sendo desenvolvida e, até o final do ano, o grupo precisa criar os protótipos de telas do sistema para apresentar aos usuários. A intenção do grupo é realizar testes iniciais do novo sistema e coletar as opiniões e sugestões de produtores, agrônomos e de varejistas sobre a plataforma. Posteriormente, será aplicado um projeto piloto da plataforma junto a uma pequena produção de bananas na cidade de Itaguaru, no interior de Goiás, que é administrada pela família do estudante integrante da startup, Henrique de Deus Cardoso.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal de Goiás (IFG)

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