Quando uma galinha caipira é criada da maneira tradicional, ela consegue botar, no máximo, 60 ovos, por ano. Mas, se a criação seguir critérios técnicos e com o manejo adequado, é possível aumentar a produção para 300 ovos anuais. O incremento é de 500%.

As técnicas para alcançar essa produtividade foram elaboradas pelo pesquisador do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) – Campus Maracanã, Antônio Tomaz Vasconcelos, que divulgou os resultados dos seus experimentos no II Encontro de Produtores de Ovos Caipira com Sustentabilidade na Agricultura Familiar. O evento aconteceu nos dias 15 e 16 de novembro, reunindo pequenos produtores rurais, no campus.

Até o início dos anos 2000, segundo o pesquisador, o Maranhão produzia ovos brancos (granja) em larga escala, mas esse nicho de mercado deixou de ser explorado. Atualmente, a maior parte do ovo comercializado na região vem de outros estados do País. “Temos a tradição de produzir ovo caipira, com galinha solta, herdada dos nossos avós, só que a produção é muito pequena. Trabalhando dessa forma, não teríamos produção suficiente para abastecer as cidades”, avaliou o professor Tomaz, que é mestre em Agroecologia.

Ele dedicou quatro anos de pesquisas para elaborar um modelo de produção de ovos caipira que pudesse ser mais competitivo. Essas técnicas foram reunidas no livro “Produção de Ovos Caipira com Sustentabilidade na Agricultura Familiar”, lançado em 2017, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema).

Para usar o modelo construído pelo professor Tomaz, é preciso ter dois aviários. Em um, ficam as galinhas poedeiras, que vão botar os ovos. No outro, ficam as aves utilizadas para reprodução. Os ovos desse outro aviário não serão comercializados. Eles vão para a chocadeira até o nascimento de novos pintinhos. “É preciso fazer esse trabalho de reprodução, senão os produtores vão ficar sempre dependentes de comprar pintos, todos os anos. Todo o ciclo deve ser sustentável”, ressaltou o professor.

Essas técnicas são experimentadas no próprio sítio do professor, que fica localizado a 1 km do IFMA – Maracanã. “Um detalhe importante desse sistema é que não usamos água dentro dos aviários, para evitar a mistura com fezes e urina. O melhor é ter a água fora das instalações em que as galinhas dormem e vivem”, destacou. Os pontos de água ficam do lado de fora dos aviários. Na área externa, também há piquetes com frutíferas, para ajudar na ingestão de sais minerais e vitaminas e no sombreamento.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Maranhão (IFMA)

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