Reditec 2025 teve cálculo inédito de emissão de carbono

A edição 2025 da Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec) entrou para a história da Rede Federal. Isso porque, pela primeira vez, foram calculadas as emissões de carbono durante o evento. 


A iniciativa de medir a quantidade aproximada da emissão de gases de efeito estufa - os quais retêm o calor na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas - será possível graças a uma parceria do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), organizador do evento, com a Federação das Indústrias do Estado (FIEMS).


A Reditec 2025 foi realizada entre os dias 2 e 5 de setembro no município de Bonito/MS, referência mundial em turismo sustentável que obteve, neste ano, a Recertificação Carbono Neutro, reconhecimento concedido pela Organização Internacional Green Initiative. É o primeiro destino de ecoturismo do mundo a alcançar esse status.


Para a reitora do IFMS, Elaine Cassiano, é motivo de orgulho anunciar que esta edição sediada em Mato Grosso do Sul foi a primeira do evento a realizar o inventário de emissões de carbono.


"Esse passo é simbólico e prático ao mesmo tempo: simboliza o compromisso da Rede Federal com a sustentabilidade e reforça a ideia de que educar é também cuidar do planeta", aponta.


Inicialmente, a FIEMS levantou todas as ações já executadas e contratadas para a realização do evento. Um exemplo é a geração de energia elétrica, já que isso impacta na emissão de carbono.


O engenheiro ambiental da FIEMS, Jhonson Guimaraes, explica que o cálculo da emissão dos gases de efeito estufa será feito com a metodologia do GHG Protocol, a mais utilizada Brasil e no mundo para esse tipo de levantamento.


O método permitirá identificar as emissões geradas na Reditec 2025 como, por exemplo, o consumo de combustíveis utilizados pela organização, transporte dos participantes e a geração de resíduos.


"Com esses dados em mãos poderemos saber o total em toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) de gases de efeito estufa que o evento emitiu e, a partir disso, buscar ações e projetos que neutralizem essas emissões, garantindo que o evento seja realizado de forma sustentável", explica o engenheiro.


Parceria - De acordo com a servidora do IFMS Vanessa Kusano, membro da comissão organizadora, a ideia de transformar a Reditec em um evento carbono neutro e lixo zero surgiu já nas primeiras reuniões de trabalho. A partir daí, buscou-se a parceria da FIEMS, que possui expertise na elaboração do inventário de gases de efeito estufa (iGEE), para apoiar a iniciativa.


A servidora explica que a ação estruturada de neutralização de carbono prevê a realização do inventário completo da pegada de carbono do evento e, a partir dele, definição de medidas de compensação.


"Além disso, adotaremos práticas como a coleta seletiva, com o objetivo de alcançar o lixo zero. Queremos que esta edição, realizada em Bonito, cidade de forte vocação sustentável, seja um marco e inspire outras iniciativas da Rede Federal voltadas à responsabilidade ambiental", reforça Vanessa.


A iniciativa foi possível porque a FIEMS possui uma estratégia climática e oferece soluções para a descarbonização e a compensação das emissões de empresas e organizações no Estado. O objetivo é incentivar a implementação de práticas sustentáveis alinhadas à economia de baixo carbono.


É o que explica a gerente de Sustentabilidade do Centro de Sustentabilidade da Indústria/FIEMS, Claudia Borges.


A parceria entre as instituições também envolveu auxiliar a organização do evento a fazer melhores escolhas, a fim de tentar diminuir as emissões.


A partir desse cálculo, é possível identificar a pegada do carbono e do evento, do que está sendo gerado de impacto e, posteriormente, fazer recomendações de como mitigar os impactos, neutralizar as emissões, por meio do plantio de árvores ou compra de créditos, entre outras alternativas.


"Isso mostra o quanto a organização da Reditec esteve comprometida em realizar um evento adotando critérios sustentáveis. Sendo realizado em Bonito, a responsabilidade é ainda maior. Também faz parte deste trabalho em conjunto conscientizar todos os participantes para que contribuam com um evento mais responsável”, ressalta Claudia.


A reitora do IFMS frisa que o momento é ainda mais importante, visto que o mundo todo se volta para o Brasil, com a realização da COP 30 no final do ano. A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas está prevista para ocorrer no mês de novembro em Belém do Pará.


"É fundamental que mostremos que a educação profissional e tecnológica participa ativamente dessa agenda. Ao mensurar nossas emissões, damos exemplo de responsabilidade socioambiental e reafirmamos nosso alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Assim, mostramos que a Rede Federal não apenas discute políticas públicas, mas também pratica aquilo que defende: a construção de um futuro mais justo, inclusivo e sustentável", finaliza Elaine.


Reditec - É uma iniciativa financiada pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e Ministério da Educação (MEC) para integrar reitores, pró-reitores, diretores-gerais e parceiros em prol do debate de políticas e diretrizes da Educação Profissional e Tecnológica. A organização fica sob responsabilidade dos Institutos Federais de forma alternada.


Organizada pelo IFMS, a 49ª edição teve como tema “A Rede Federal é maior do que o mundo”, inspirado na obra do poeta Manoel de Barros.

Diretoria de Comunicação do Conif

Texto: Laura Silveira

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