Forcampo debate desafios e caminhos para a educação inclusiva no campo

A programação do FORCAMPO seguiu nesta quinta-feira, dia 07 de agosto, com discussões fundamentais sobre o papel dos Institutos Federais na promoção de uma educação inclusiva e acessível. Antes do início da mesa temática houve a apresentação cultural de dança coreografia autista: intensa, inteira, que mesmo sem permissão, da coreógrafa Isabella Marques. A mesa temática Educação Especial e Inclusão foi mediada pelo professor Wilian Fernandes, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Almenara, e contou com a participação da palestrante Vivian Carla do Carmo Neves, do Instituto IDEIAS.


Ao comentar sobre a importância de mediar uma mesa com essa temática, Wilian Fernandes destacou a urgência de repensar a educação inclusiva, especialmente quando se trata do contexto rural. “Discutir a inclusão na educação do campo é algo que deveria ter sido prioridade ontem, não apenas hoje. No campo também existem estudantes neuroatípicos e com deficiências, mas frequentemente são invisibilizados dentro das propostas educacionais”, afirmou.


Para o professor, a atuação dos Institutos Federais como agentes de interiorização da educação pública e gratuita precisa considerar todos os perfis de estudantes, garantindo o direito à aprendizagem com equidade. “É necessário refletir sobre o papel da nossa instituição enquanto promotora de inclusão. Historicamente, temos um modelo educacional que segregou esses alunos. Trazer essa discussão para o FORCAMPO nos permite provocar deslocamentos importantes na prática docente: até que ponto eu, como professor, estou garantindo o direito à educação inclusiva dentro da minha sala de aula?”, provocou.


Segundo ele, ao repensar metodologias e promover o debate, os profissionais da Rede Federal avançam na construção de uma escola verdadeiramente inclusiva. “A inclusão não se resume à matrícula. Ela precisa se concretizar no cotidiano, no planejamento pedagógico, na escuta atenta e no acolhimento da diversidade”, reforçou.


Vivian Carla do Carmo Neves também defendeu a importância de discutir a inclusão de forma permanente, não apenas pontual. “As pessoas com deficiência estão em todos os espaços, inclusive no campo. Por isso, não podemos continuar segregando esse público, que historicamente foi excluído da educação, seja no ensino médio ou superior”, afirmou.


Ela ressaltou que a inclusão precisa ser uma política constante, planejada e efetiva dentro das instituições educacionais. “É fundamental pensar em ações concretas para garantir o acesso e a permanência dessas pessoas nos espaços educativos. Nos Institutos Federais, isso se torna ainda mais urgente, pois são ambientes que devem servir como referência em inclusão, diversidade e compromisso social.”


A mesa reafirmou que os desafios da inclusão são coletivos e estruturais — e que o compromisso dos Institutos Federais deve ir além da presença física dos estudantes com deficiência, buscando garantir sua permanência, participação ativa e aprendizado com qualidade. 


Diretoria de Comunicação do Conif

Texto: Raquel Blank/Coordenação-geral de Comunicação Social e Marketing - IF Sudeste MG

Foto: Bianca Alvin/Coordenação-geral de Comunicação Social e Marketing - IF Sudeste MG

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