A última tarde do III Seminário Nacional do Ensino Agrícola e Educação do Campo, das Águas e das Florestas, que aconteceu ontem, 7 de agosto, no Campus Barbacena, teve início com a apresentação cultural do grupo “Centro Artístico Dançar”, que levou a coreografia “o peso dos dias sem nome”, dos coreógrafos Thomas Jefferson e Bruno Eduardo Stefani, para abrilhantar o evento.
A apresentação fez parte da mesa final do FORCAMPO, intitulada “Cenário Nacional da EPT nos quinze anos: avanços, desafios e perspectivas de integração”, mediada pela professora Alcimara Andrade, do Campus Barbacena. O palestrante, que participou de forma remota, foi o professor Gaudêncio Frigotto, um dos principais pensadores atuais da educação brasileira.
A mediadora da mesa destacou a importância da presença do professor Frigotto, não só para o evento, como para o história do Campus Barbacena e do IF Sudeste MG como um todo: “O professor Gaudêncio Frigotto foi um dos idealizadores dos institutos federais, que eu considero uma das políticas públicas educacionais mais fantásticas da história do nosso país. Oferecemos educação de qualidade, gratuita, desde o ensino básico, que, como apontado por Frigotto, é a base, passando pelo ensino médio integrado, profissionalizante, chegando ao ensino superior”. Alcimara destacou um trecho da fala do professor em que ele enfatiza a importância da educação oferecida nos institutos federais: “Frigotto enalteceu a importância da base que oferecemos a esses meninos e meninas e frisou a importância do ensino médio integrado, justamente porque o Brasil enfrenta agora um problema dificílimo: o estudante precisa escolher um caminho itinerante, ou só nas exatas ou só nas humanas, e nós não fazemos isso: os institutos continuam com a base, com o ensino técnico profissional e o ensino propedêutico básico”, ponderou a mediadora.
Encaminhamentos, balanço e perspectivas
A plenária final, com a aprovação da carta de Barbacena e a entrega do documento ao reitor do IF Sudeste MG, professor Valdir José da Silva, encerrou o Seminário. O reitor tem a missão de levar o documento, que foi construído coletivamente pelos participantes do evento, ao CONIF.
Para o professor Valdir, “a carta de Barbacena significa tudo o que foi discutido no evento, traz toda a riqueza que foi produzida sobre a educação do campo, sobre o ensino agrícola, sobre sustentabilidade e sobre a Rede Federal e será encaminhada para que possamos implementar os caminhos apontados”.
O reitor fez um balanço positivo do evento e mostrou-se otimista quanto aos seus desdobramentos: “O FORCAMPO não foi um evento só para nos reunirmos para conversar, foi para definirmos propostas para a gente encaminhar e poder avançar no ensino agrícola, na educação do campo. Já avançamos muito, como pudemos ver aqui, mas ainda temos muito a avançar e a carta aponta para esse caminho”, avaliou o reitor.
Valdir comentou ainda sobre os desafios e perspectivas dos Institutos Federais pensando na educação do campo: “Nós temos questões de infraestrutura para serem implementadas, então nós temos que levar isso para a SETEC, para o MEC. O Pleno do CONIF precisa assumir todas essas propostas também de mudanças nos projetos pedagógicos, nos cursos, na pedagogia da alternância, precisamos chegar nas comunidades quilombolas, indígenas, nos pequenos proprietários rurais, nas comunidades ribeirinhas, nós temos um desafio muito grande. Os institutos federais estão interiorizados, têm toda uma capilaridade no país, que faz com que a gente esteja próximo dessas comunidades. Então nós temos que ter as metodologias adequadas, nós precisamos ter uma abordagem adequada para que realmente a gente faça a diferença nessas comunidades”, refletiu ele.
Para o professor Alex de Oliveira Botelho, diretor-geral do Campus Barbacena, “a sensação é de alívio por ter dado tudo certo, mas também de nostalgia por já ter acabado e por ter sido tão bom, por ter sido um evento de tanta troca. Somos todos instituto federal independente do pedacinho do Brasil que em que nós estamos, somos todos instituto federal. Estamos no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Amazonas. Oferecemos ensino público, gratuito e de qualidade, formamos pessoas, formamos seres humanos e é esse espírito de formação que a gente precisa levar para o ensino agrícola e continuar fazendo esse trabalho lindo que cada um apresentou, através de suas experiências e motivações. Então, é admirável ver o trabalho dos colegas e recebê-los num Campus histórico como o nosso, cento e quinze anos que o Campus Barbacena faz esse ano, foi um presente sediar o evento", comemora o diretor.
Próxima edição
Celebrando o término do III FORCAMPO, houve um coquetel, e, na ocasião, foi anunciado que a quarta edição do Seminário será realizada no IFAL, no Instituto Federal de Alagoas.
Magno Abreu, diretor-geral do Campus Batalha do IFAL, comemorou a escolha: “Nós estamos muito felizes em receber o evento. Será a primeira vez que ele acontece no Nordeste e precisamos e já contamos com o apoio de toda a Rede para que a gente realize um evento forte, um evento que realmente resista para que a gente possa existir”.
Diretoria de Comunicação do Conif
Texto: Fernanda Coelho/Coordenação-geral de Comunicação Social e Marketing - IF Sudeste MG
Foto: Bianca Alvin/Coordenação-geral de Comunicação Social e Marketing - IF Sudeste MG