Com uma releitura do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, do poeta modernista brasileiro Manuel Bandeira, a estudante Tainara Silva Almeida, do 2º ano do curso técnico integrado em Informática do campus Diamantina do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), venceu o Concurso de Desenho e Produção Escrita na categoria “Paródia”.
Promovido pelas secretarias de Educação e de Educação Patrimonial da Prefeitura de Diamantina, o concurso teve como público-alvo alunos das escolas municipais, estaduais, particulares e do IFNMG, única instituição federal que oferta ensino médio em Diamantina.
O concurso fez parte das comemorações pelos 20 anos do título concedido a Diamantina pela Unesco como “Patrimônio Cultural da Humanidade” e da 5ª edição do Festival de História (fHist), que neste ano foi em Diamantina, de 02 a 05 de outubro, com o tema “Histórias do povo brasileiro”.
A paródia escrita pela jovem com o título “Vou-me embora pra Diamantina”, foi bastante aplaudida ao ser apresentada para a plateia presente na premiação. “Foi maravilhoso, pois o momento gerou uma comoção na comunidade local, sobretudo nas pessoas que nasceram e vivem na cidade, porque são pessoas que têm esse sentimento de pertença já muito desenvolvido”, contou a professora Marli Silva Fróes, que, como professora de Português e Literatura, supervisionou os trabalhos elaborados pelos estudantes do Instituto, incluindo o de Tainara.
A emoção relatada pela servidora foi provocada pela criatividade e competência com as quais Tainara conseguiu reunir, ao longo dos versos, o patrimônio histórico, as paisagens, os cenários, os espaços importantes de Diamantina e seus personagens históricos, como Xica da Silva e Juscelino Kubitschek.
Inspirada pelo amor a Diamantina – Tainara tem 17 anos e já conquistou menção honrosa na categoria infanto juvenil do I Prêmio de Poesia SPA, em 2017. No ano passado, ela foi classificada em 2° lugar na segunda edição desse mesmo concurso. Mas foi com Concurso de Desenho e Produção Escrita que ela venceu sozinha, já que na categoria paródia apenas um aluno seria selecionado. Tainara concorreu com estudantes de escolas municipais, estaduais, particulares e do IFNMG.
“Eu estava um pouco confusa sobre como fazer uma paródia. Mas comecei a procurar um texto que servisse de base quando uma amiga, dentre as sugestões de possíveis textos, lembrou-me do poema de Manuel Bandeira: ‘Vou-me embora pra Pasárgada’. Li esse poema, peguei um lápis e um caderno, parei de estudar pra prova de matemática, que era no dia seguinte, despertei meu eu lírico e em menos de uma hora a paródia estava pronta. Acredito que a inspiração para as palavras de meus versos tenha vindo do amor que eu sinto por Diamantina. Falei apenas o que eu realmente vejo ao andar por pelas ruas, ao conviver com essa gente, ao ter contato com essa história tão bem preservada e ao relembrar alguns personagens tão marcantes na história não só daqui, mas do Brasil todo”.
Um troféu para o IFNMG e para Diamantina – Para o diretor-geral do campus Diamantina, Júnio Jáber, Tainara é uma aluna fantástica, que produziu um belo e profundo texto sobre a conservação e educação patrimonial, numa cidade histórica tombada como patrimônio da humanidade.
“A vitória de Tainara é um troféu para o IFNMG, porque demonstra que o Instituto está antenado com as produções locais e regionais com o propósito de estimular uma produção concatenada com a realidade que o estudante vive e participa. Concursos assim são um convite ao aluno a olhar para além do campus Diamantina”, destaca o diretor-geral.
Para um dos organizadores do Festival de História, o jornalista Otto Sarkis, o envolvimento com as crianças e adolescentes da rede educacional em torno do tema “Diamantina Patrimônio da Humanidade” foi um dos pontos altos do evento. “O Festival de História é ‘filho’ da campanha que levou à conquista do título da Unesco pela cidade. O título considerou não só o conjunto arquitetônico colonial, mas levou em conta também as especificidades do povo diamantinense, que pelas características históricas traz em seu conjunto de ‘arquétipos’ um vetor artístico, poético, musical, plástico. O concurso promovido junto com a prefeitura representou todas estas circunstâncias desta cidade que tem a mágica de nos fazer melhores, cada vez que passamos por ela”, destacou o jornalista.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)