“Eu achava que a madeira era para fazer cadeira, porta, fogo, etc. Hoje eu sei que é uma matéria-prima é valiosa e importante para a sociedade. Com a capacitação, no Campus Jacareí do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), muita coisa mudou para mim e quero aplicar isso no meu país, Moçambique”. O depoimento de Miguel Franque, representante dos formadores moçambicanos, sintetiza como a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica pode, por meio da internacionalização, transformar vidas no Brasil e fora dele. O modelo de ensino tem contribuído para que avanços ocorram também na área educacional de outras regiões do mundo.
Esta semana dez formadores moçambicanos concluíram o aperfeiçoamento de suas habilidades na área de design de interiores. A primeira fase do intercâmbio de conhecimento entre instituições brasileiras e moçambicanas ocorreu de 16 de setembro a 29 de novembro. Os docentes estrangeiros acessaram informações teórico-práticas que possibilitarão o manejo da madeira em termos de planejamento e arranjo de ambientes de acordo com padrões de estética e funcionalidade e também a utilização do material no âmbito da construção civil.
Segundo a coordenadora do projeto no IFSP, Giorgia Suzumura, a capacitação envolveu recursos humanos e saberes além do que estava previsto no projeto original, dado o interesse dos profissionais da unidade pela troca de experiências. “Os formadores moçambicanos aprenderam muito, mas nós também aprendemos bastante com a cultura deles. Acredito que a educação não tem limites, não tem fronteiras, e esse curso permitiu e deixou isso claro”, afirmou a servidora.
A segunda etapa da formação está prevista para ser realizada em 2020 em Moçambique e será voltada para a parte prática. A qualificação foi viabilizada por meio da parceria entre o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o IFSP, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), e os órgãos moçambicanos: o Ministério da Ciência e Tecnologia Ensino Superior e Técnico-Profissional (MCTESTP), e a Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP).
O analista de projetos da ABC, Bruno Maciel, destacou o fato de os parceiros nacionais compreenderem as demandas do projeto e dos atores internacionais.
“Para a Agência é extremamente importante trabalhar com instituições que entendam as complexidades da cooperação técnica internacional e que, ao mesmo tempo, entreguem resultados concretos. Justamente por isso, o Conif e a Rede Federal são organizações que sempre apreciarei ter como parceiros próximos”, declarou.
A Assessoria Internacional do Conif ressalta que a formação possibilitou ainda o desenvolvimento de competências relacionadas a novas metodologias de ensino e pesquisa e também de relacionamento interpessoal. Para a Assessoria, a experiência poderá nortear a proposição de outras ações conjuntas entre as instituições de educação profissional dos dois países, com envolvimento de estudantes e professores.
A expectativa é de que nos próximos anos seja construído um amplo projeto de cooperação com definição prévia das áreas de interesse e dos objetivos de Moçambique, a fim de que seja possível desenvolver ações/atividades encadeadas e que promovam o incremento da educação profissional do país do sul africano.
“É importante pontuar que ações como essas são de grande relevância para as instituições da rede, uma vez que contribuem para o processo de internacionalização e interculturalismo. Nas próximas iniciativas, há uma grande expectativa de envolvimento de todas as unidades, sendo possível, assim, garantir a perenidade da colaboração interinstitucional seja por meio da mobilidade, da cooperação técnica ou do desenvolvimento de pesquisas conjuntas”, afirmaram os assessores Ana Carolina Oliveira e João Paulo Rotelli.
Histórico de cooperação – Desde 2016, o Conselho tem atuado com vistas à ampliação das parcerias com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na perspectiva da promoção da cooperação horizontal. Em 2017 e 2018 foram implementadas as primeiras ações simplificadas para formação de professores moçambicanos nas áreas de agricultura e mecanização agrícola.
Bárbara Bomfim
Assessoria de Comunicação
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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) autorizou a oferta do primeiro curso de doutorado profissional nos Institutos Federais do Espírito Santo (Ifes) e do Amazonas (Ifam). Com a anuência, agora a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica contabiliza cinco institutos que disponibilizam a modalidade no âmbito da pós-graduação stricto sensu. As outras instituições são os Institutos Federais do Rio de Janeiro (IFRJ), Fluminense (IFF) e do Rio Grande do Norte (IFRN).
No Ifes, o curso será viabilizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática (Educimat), no Campus Vila Velha, a partir do segundo semestre do 2020. A quantidade de vagas será definida no mês fevereiro, quando também serão credenciados os orientadores do programa.
Segundo o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto, André Romero da Silva, a conquista é um divisor águas na história do Ifes. “Com o primeiro doutorado alcançamos a verticalização em sua plenitude”, afirmou.
O doutorado profissional no Ifam será o primeiro de um instituto federal na Região Norte do País. O edital do curso do Programa de Pós-Graduação em Ensino Tecnológico tem previsão de lançamento no primeiro semestre do ano que vem, com disponibilização de até 25 vagas, no Campus Manaus Centro.
A conquista, para o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Ifam, José Pinheiro de Queiroz Neto, é um marco histórico que vai além da Instituição. “O consentimento da Capes é fruto de um trabalho e dedicação de mais de seis anos de professores e gestores. É um grande passo para a Rede Federal. Há carência de cursos de doutorado na nossa localidade, e com isso reduziremos desigualdades”, pontuou.
Para Arthur Pereira Frantz, coordenador do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Forpog) do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), a aprovação do Ifes e do Ifam fortalece a proposta de verticalização na Rede Federal.
“Entendo a outorga da Capes como um reconhecimento da qualidade dos cursos de pós-graduação do nosso modelo de ensino, sendo uma decisão que reitera o nosso compromisso com a formação de quadros para pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”, categorizou Arthur Pereira Frantz – pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do Instituto Federal Farroupilha (IFFar).
A questão também foi reforçada pelo secretário do Fórum e pró-reitor de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto Federal Fluminense (IFF), Vicente Oliveira. “O doutorado profissional completa o perfil das instituições da rede no que diz respeito à verticalização, ou seja, a oferta de cursos desde a formação inicial e continuada até a pós-graduação. Ressalto a relevância dessa modalidade de doutorado que capacita profissionais para atuarem no setor produtivo, impactando de sobremaneira as realidades regionais”, ressaltou.
Com informações das Assessorias de Comunicação dos Institutos Federais do Espírito Santo (Ifes) e do Amazonas (Ifam)
Bárbara Bomfim
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O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Embaixada da França divulgaram nessa segunda, 25/11, o resultado preliminar do Programa de Leitores Franceses.
Foram aprovados os planos de trabalhos dos Institutos Federais do Amapá (IFAP), do Ceará (IFCE) e do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), e de Minas Gerais (IFMG), de acordo com os critérios estabelecidos no Edital CONIF/AI Nº 02/2019.
Ainda segundo o documento, o prazo para a interposição de recurso vai até quinta-feira, 28/11. Este procedimento deve ser feito pelo e-mail:
Bárbara Bomfim
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O Pleno do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) se manifestou em consonância ao posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU) de não utilizar o índice integrado de governança e gestão (iGG) para classificar nem comparar instituições.
O Tribunal expressou essa opinião em nota da Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado (SecexAdministração), divulgada no site oficial do órgão. O texto alerta: “o uso do iGG (ou de seus subindicadores) na forma de ranking não é adequado na maioria das situações.” Leia a íntegra do documento
Segundo o vice-presidente de Relações Institucionais do Conif, Marcelo Bregagnoli, o colegiado, ao longo deste ano, buscou aproximação com distintos órgãos da esfera federal no sentido de esclarecer e obter informações de interesse da rede. Essa ação foi feita, nomeadamente, com o TCU. No dia 4/11, – paralelamente à 101ª Reunião Ordinária do Conselho, de 5 a 7 de novembro, em Brasília –, a Diretoria se reuniu com representantes do órgão de controle externo.
Na oportunidade, os auditores tiveram acesso ao trabalho e a metodologia apresentada na Plataforma Nilo Peçanha (PNP), que funciona como um modelo de organização e exposição de dados. Eles salientaram que os dados serão levados em conta na auditoria que norteará o futuro Acordão sobre indicadores educacionais.
iGG – O índice integrado de governança e gestão é obtido a partir da aplicação de um questionário, que é autoavaliativo, elaborado pelo TCU para computar aspectos de governança e gestão na Administração Pública.
A primeira versão do indicador é de 2007. Desde então, o material foi aperfeiçoado e, a partir de 2017, verifica o nível de implementação de boas práticas de liderança, estratégia e accountability* bem como de governança e gestão de tecnologia da informação (TI), de pessoas e de contratações.
No ano passado, a pesquisa contabilizou respostas válidas de 498 instituições. Esse universo inclui todos os 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia, os dois centros federais de educação tecnológica (cefets) e o Colégio Pedro II (CPII).
Ainda de acordo com o órgão, “o iGG é um instrumento de autodiagnóstico com o propósito de ajudar as organizações a identificar pontos vulneráveis, a fim de induzir melhorias e subsidiar melhor a atuação institucional.”
Para o coordenador do Fórum de Desenvolvimento Institucional (FDI) do Conif, Luciano Toledo (Ifes), é imprescindível que nesse contexto de avaliação haja o envolvimento da alta gestão no preenchimento do questionário que é meramente declaratório. “Reitores, pró-reitores, diretores sistêmicos, setores e assessores de relevância, dentre outros, devem participar desse trabalho para que tenhamos ali uma resposta madura, discutida e debatida, e que realmente represente a realidade da instituição. Se a nota for baixa, ela é baixa porque precisamos melhorar”, declarou Toledo.
O coordenador do FDI disse ainda que a Rede Federal não deve, assim como o TCU, pensar no iGG ou nos componentes do índice na perspectiva de um ranking. “Enquanto instituição devemos utilizar o indicador para fazer comparações com a gente mesmo numa linha do tempo, ou seja, avaliar como estamos em relação a anos anteriores e, assim, planejar melhorias contínuas. A rede tem uma média geral muito boa. Estamos bem no âmbito da Administração Pública como um todo”, complementou.
Questionário de 2020 – A próxima avaliação será feita dentre os meses de abril e junho do ano que vem, com resultado previsto para ser divulgado no segundo semestre. O TCU informou que o iGG trará duas novidades: voltará a ser aplicado a cada dois anos e incluirá perguntas relativas ao processo de gestão orçamentária.
Accountability (*) – O termo significa um conjunto de processos que visam selecionar, organizar e disponibilizar as informações de interesse das partes interessadas. O mecanismo é formado por duas práticas: a promoção da transparência, responsabilidade e prestação de contas; e a garantia da efetiva atuação da auditoria interna.
Bárbara Bomfim
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Na sexta-feira, dia 22/11, o Campus Votuporanga do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) promove o 2º Concurso de Beleza Negra. Iniciativa do projeto de extensão “Des-construindo Padrões”, o concurso tem como propósito ressignificar paradigmas estéticos adotados pela sociedade ditos como perfeitos e bonitos como o “eurocêntrico” e, também, contribuir para a valorização da Cultura Afro-Brasileira.
A coordenadora do concurso, Tatiane Salles, explica que, com os inscritos – estudantes autodeclarados negros do ensino médio das redes pública e privada do município do noroeste do Estado de São Paulo –, serão trabalhadas questões de empoderamento e de valorização da cultura a qual pertencem. “É importante que eles saibam que o lugar de fala deles é qualquer lugar e não aquele que a sociedade impõe. Com eventos assim combatemos, ainda, atitudes racistas dentro e fora da instituição”, disse a bibliotecária e documentarista do campus, Tatiane Salles.
A exemplo do IFSP, demais instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica também promovem em seus espaços a Semana da Consciência Negra. Diversas atividades são realizadas tendo como princípio a inclusão, uma das vertentes de atuação do atual modelo de ensino que preconiza a educação pública, gratuita e de qualidade.
A Lei nº 12.519/2011, que oficializou 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra, tem apenas oito anos. Como também é recente a Lei 10.639/03, alterada pela 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
No Campus Valença do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) está em andamento a Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-brasileira na Educação. Com caráter multidisciplinar, o curso propicia a discussão das temáticas “A História do Negro no Brasil” e “Introdução à História da África”, bem como os tópicos: “Gênero e Afrodescendência”; “Artes Negras”; “Literatura Negras”; dentre outros.
A cultura afro-brasileira influenciou profundamente a organização social e econômica, além da ciência e tecnologia do Brasil, de acordo com a coordenadora do curso, Nelma Barbosa. A professora exemplifica que os africanos escravizados dominavam conhecimentos necessários para os processos coloniais da época, tais como os das culturas agrícolas da cana-de-açúcar e do café e de ciclos como os da pecuária e da mineração. “Os saberes dessas populações foram essenciais para que as atividades fossem bem-sucedidas para a metrópole portuguesa, mas o processo de colonização se sustentou na exploração da mão de obra escravizada e organizou uma sociedade racista em todas as suas estruturas”, declarou.
Para a docente, a Educação é um instrumento transformador da realidade atual marcada pelo racismo, discriminação e desigualdades. “A Educação transforma. É preciso estudar a contribuição desses povos, promovendo novas abordagens e problematizações em todas as áreas do conhecimento. Só assim deixaremos de naturalizar a discriminação racial e as desigualdades do Brasil. Nosso País é racista, sim. Basta cruzar os índices sociais com a cor e a gente vai perceber que quem tem menos oportunidades ou acesso à cidadania são aqueles que têm a pele mais escura”, complementou.
Consciência e atuação que transcendem o ambiente escolar – O Maranhão é um dos três estados brasileiros com maior percentual de negros na população. Diante desse contexto e de acordo com as normas vigentes, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) desenvolve uma série de atividades para que seus estudantes e a comunidade externa compreendam as contribuições do povo negro para a formação cultural brasileira.
Nesse sentido, foi constituído o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) pela Resolução 008/2010 do Conselho Superior (Consup) do Instituto.
Além de promover ações em sala de aula, seminários, palestras e encontros, neste momento, a equipe do Núcleo dedica-se à formatação de um termo de cooperação com Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA) que tem como escopo apoiar as atividades desenvolvidas pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra do Brasil da entidade.
“O IFMA tem representantes na comissão. São servidores e estudantes pesquisadores do Neabi, principalmente dos campi que estão instalados em áreas onde encontram-se as comunidades quilombola. No âmbito do Instituto, tem-se a consciência de que educar na perspectiva dos Direitos Humanos é condição, inclusive, da razão de ser enquanto instituição de ensino”, falou o chefe do Departamento de Direitos Humanos e Inclusão Social da Pró-Reitoria de Ensino (DDHIS/Proen) do IFMA, João Botelho.
Neabis – Os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabis) estão presentes em várias unidades da Rede Federal.
Em outubro deste ano, foi realizado o 5º Encontro Nacional de Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e grupos correlatos da Rede Federal (Enneabi), no Campus Satuba do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
O fortalecimento dos Núcleos nos Institutos Federais, a autonomia no gerenciamento de recursos financeiros e a descentralização das respectivas atividades foram as principais deliberações do evento.
Uma das organizadoras do encontro, a professora do Campus Satuba do Ifal Tâmara Lúcia dos Santos Silva, ressalta que a atuação desses Núcleos é de fundamental importância porque além de fomentar o conhecimento da ancestralidade negra e indígena, proporciona aos estudantes da Rede se reconhecerem, se identificarem e se encontrarem.
“Queremos que o jovem saia da instituição com formação técnica e compreensão humanística também. Mas, principalmente, para que ele se fortaleça e saiba como enfrentar as situações de racismo”, declarou Tâmara.
Com fotos e informações dos Institutos Federais de São Paulo (IFSP), do Maranhão (IFMA) e de Alagoas (Ifal).
Foto das bonecas Abayomi: Agência Brasil
Bárbara Bomfim
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