Na sexta-feira, 11, o II Seminário Luso-Brasileiro reuniu gestores de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil e de Portugal para discutir inovação e cooperação entre as instituições dos dois países. O segundo dia de evento começou com uma mesa-redonda sobre o Erasmus+, programa da União Europeia que apoia educação, formação, juventude e desporto.
Participaram da discussão Carlos Ramos, pró-reitor de Cooperação e Internacionalização do Instituto Politécnico do Porto; Wagner Belo, coordenador de Relações Internacionais do Instituto Federal de São Paulo; e Gustavo Alva-rosa, chefe do Programa Erasmus+ para o Ensino Superior em Portugal, que se juntou virtualmente. A mediação ficou a cargo de Marcelo Ponciano, reitor do Instituto Federal do Triângulo Mineiro.
Gustavo Alva-rosa apresentou um panorama geral do Erasmus+, que conta com um orçamento de 26,2 mil milhões de euros para o período 2021-2027 e prioriza inclusão social, transições ecológica e digital, e participação juvenil na democracia. O programa oferece oportunidades de mobilidade e cooperação em áreas como ensino superior, formação profissional, educação escolar (incluindo primeira infância), educação de adultos, juventude e desporto.

Em sua fala, Carlos Ramos destacou que a internacionalização deve ser vista não como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta para impulsionar diferentes áreas como pesquisa, empreendedorismo e inovação. Como exemplo, citou o projeto LAPASSION, financiado pelo Erasmus+, que reuniu estudantes de Portugal, Brasil, Espanha, Chile, Uruguai e Finlândia em equipes multidisciplinares para desenvolver soluções em desafios propostos durante dez semanas. Para ele, a colaboração entre instituições de diferentes países gera benefícios mútuos: "Ver como as instituições funcionam e pensar 'será que não podemos melhorar essa ideia?' ou 'vamos aplicá-la aqui?'[...]. Quando há a mobilidade de uma pessoa de uma instituição para a outra, as duas instituições ganham".
O coordenador de Relações Internacionais do Instituto Federal de São Paulo, Wagner Belo, destacou a importância da captação de recursos para promover a internacionalização. Para ele, a pauta da internacionalização não é uma panfletagem, é um instrumento agregador de valor e de potencialização das nossas capacidades. "O trabalho de internacionalização não começa olhando para o outro, ele começa olhando para o nosso ecossistema. Antes de querer saber o que queremos com o outro, façamos um exercício interno de entender quem somos, de entender quais são nossas fragilidades, que também são importantes e podem ser dialogadas e complementadas com uma parceria internacional estratégica alinhada com nossos objetivos, e também quais são as nossas potencialidades, que são muitas nos nossos territórios", afirma Wagner.

O encerramento da manhã foi dedicado a relatos de experiências exitosas em cooperação internacional. O painel, moderado por Angela Lemos, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, contou com a participação de Oneida Irigon, reitora do Instituto Federal de Goiás e coordenadora da Câmara de Relações Internacionais do Conif; de Orlando Rodrigues, presidente do Politécnico de Bragança; do reitor do Instituto Federal do Maranhão, Carlos César Teixeira; do reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, José Arnóbio; da assessora de Relações Internacionais do Instituto Federal do Espírito Santo, Nágila de Fátima Rabelo Moraes; do assessor de Relações Internacionais do Instituto Federal do Paraná, Daniel Bussolaro; e do assessor de Relações Internacionais do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rodrigo Lemos.
Oneida Irigon abriu o painel apresentando dados de um mapeamento sobre a atuação internacional dos Institutos Federais: 39 das 41 instituições no Brasil mantêm cooperação com Portugal. As colaborações mais frequentes incluem mobilidade de estudantes e servidores (90% das respostas), dupla formação (70%) e pesquisa conjunta (80%), além de estágios, visitas técnicas e programas de curta duração. Atualmente, mais de 200 estudantes brasileiros estão em mobilidade acadêmica em Portugal. Os painelistas compartilharam ainda casos de sucesso que ilustram o impacto dessas parcerias.
Diretoria de Comunicação do Conif
Reportagem: Rhamayana Barreto (Ascom IF Baiano)
Foto: Moacir Evangelista