Relatório de Gestão 2017

Palavra da Presidência


Dois mil e dezessete foi um ano de contradições, preenchido por alegrias e perdas. Enquanto assistíamos à divulgação de indicadores que ampliavam as comprova ções de qualidade do ensino ofertado na Rede Federal, nos mobilizávamos incan savelmente em defesa do orçamento das instituições. Foram diversas reuniões no Congresso Nacional e nos ministérios da Educação e do Planejamento para driblar a situação econômica do País e seus impactos orçamentários negativos.


De diversas formas, de fevereiro de 2017 a fevereiro de 2018, a Rede Federal foi objeto de re conhecimento público. Reportagem da Folha de São Paulo sobre o exame Nacional do Ensino Médio (Enem) repercutiu em todo o País apontando que “o desempenho dos alunos de ensino médio de institutos federais no Enem 2016 colocou unidades da Rede no topo das escolas públicas em 14 Estados”. Numa comparação do indicador de qualidade com a redução do orçamento – menos 14% no período de 2015 a 2017 –, a publicação classifi cou nossas instituições como “elite da escola pública de ensino médio, referência em educação técnica”. Isso, mais uma vez, reafirmou o modelo exitoso de ensino da Rede Federal, especialmente porque a preparação para o Enem não faz parte da nossa política.


Outro importante indicador de qualidade foi divulgado por pesquisadores do Instituto Nacio nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Eles apontaram que, na edi ção do Enem de 2014, o rendimento dos estudantes da Rede Federal superou o dos demais sistemas educacionais brasileiros (estaduais, municipais e privados), considerando o tipo de educação ofertada – propedêutica ou técnica – e a distribuição das escolas dos diferentes sistemas, segundo o nível socioeconômico dos estudantes. Em meio a um turbilhão de ad versidades, essa notícia foi revigorante e animadora.


Em seguida, mais um ranking do Inep colocou a Rede Federal entre as melhores instituições do País. De acordo com o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), 35% dos ins titutos federais e centros federais de educação tecnológica avaliados receberam conceito 4, considerado excelente, e os 65% restantes receberam nota 3. Além disso, no Conceito Preli minar de Curso (CPC), 1% dos institutos federais recebeu a nota máxima, 5. Outros 48% da Rede obtiveram nota 4 e, 49%, nota 3.


Obviamente, essas estatísticas não são meramente um refl exo da gestão do Conif, mas, prin cipalmente, representam o empenho dos servidores e dos estudantes da Rede. Porém, como alcançar índices positivos sem recursos? Como fazer mais com menos? Parece irrealizável, mas conseguimos realizar o que seria impossível. Percorremos longos e cansativos caminhos em busca da preservação do orçamento, sempre com o apoio da sociedade.


Foram exaustivas reuniões e audiências públicas nos poderes Executivo e Legislativo, longas esperas e habilidade política. Utilizamos argumentos factíveis e inquestionáveis: os dados de custeio, capital e investimento de 2011 a 2016, demonstrando a incompatibilidade do contin genciamento vivido pela Rede Federal no decorrer dos anos com o aumento dos números de matrículas e de unidades.


Apesar de tanto esforço, não alcançamos o resultado esperado, mas evitamos consequências drásticas e mantivemos o nível de excelência da Rede – nossa maior recompensa. Portanto, podemos considerar que tivemos um saldo positivo, muito embora precisemos manter o rit mo de mobilização.


O ano de 2017 também foi uma montanha-russa de emoções. Uma das mais impactantes foi a partida de um dos nossos pares: o querido Osvaldo Cesares Pinto, reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – a quem dedicamos especial gratidão pelo privilégio da convivên cia e pelo legado deixado para a Rede Federal. Em sua memória, continuaremos lutando para que a educação profi ssional e tecnológica ofertada pelas nossas instituições permaneça em patamares elevados e faça jus ao reconhecimento conquistado, inclusive internacionalmente.


E, assim, em meio a desafi os, aprendizados, perdas e ganhos, seguiremos contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e para construção de um País melhor, com igualdade de oportunidades. Nossa missão continua!

Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif)

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