Representatividade feminina ajuda a alavancar educação profissional no Brasil

Em sua história recente, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica nunca foi tão representada por mulheres como em 2022. Atualmente são 15 mulheres à frente de Institutos Federais em todo o Brasil. Em 2008, ano de publicação da Lei que estabeleceu a nova configuração da Rede, o número de reitoras não passava de quatro.


Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, há motivos para comemorar, mas, também, há muitos outros motivos para lutar, como argumenta a reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e vice-presidente de Relações Parlamentares do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Nídia Heringer.


“Muitas mulheres ainda hoje não conseguem cursar o ensino médio, um curso superior, uma especialização, um mestrado, um doutorado, por inúmeras razões. Então, a nossa atuação como gestoras precisa ser comprometida com conceitos como sororidade, igualdade, respeito, liberdade, para que juntos construamos uma sociedade mais justa e com equidade de gênero”, afirma.


O Dia Internacional da Mulher, concebido em 1910, foi reconhecido pelas Nações Unidas em 1977. Desde então, a data tem se revestido de uma importância simbólica para mulheres de todas as partes do mundo, que ainda são privadas de direitos básicos como a igualdade e equidade, o voto, o acesso à educação e à produção do conhecimento.


A vice-presidente de Assuntos Administrativos e reitora do Instituto Federal de Brasília (IFB), Luciana Massukado, ressalta a importância de todas as mulheres que a antecederam e, de algum modo, contribuíram para que ela pudesse caminhar em direção aos seus sonhos.  


“Se cheguei onde estou, não vim só. Vim acompanhada de todos que me apoiaram nos momentos difíceis. Sobretudo, cheguei aqui porque houve milhares de mulheres que ousaram desbravar caminhos e lugares não permitidos para nós. Hoje retribuo toda a coragem delas, preparando novas alamedas para as que virão”, afirma.


As professoras Nídia e Luciana fazem parte da gestão eleita para estar à frente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) neste ano. Somam-se a elas as reitoras Deborah Santesso Bonnas, reitora do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), que ocupa a vice-presidência de Relações Institucionais e Maria Leopoldina Veras Camelo, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), que assume como vice-presidente Assuntos Acadêmicos.


Esta, inclusive, foi a primeira vez, desde a criação do Conselho, em 2008, que as quatro vice-presidências foram ocupadas por mulheres. Vale destacar ainda, que em 2021 o Conif foi presidido pela reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Sônia Regina de Souza Fernandes, após um hiato de 10 anos desde a gestão da professora Consuelo Sielski.


Deborah destaca que, como gestora mulher, ela “não deve só realizar o trabalho com excelência e liderar pelo exemplo, mas continuamente concatenar esforços para que outras mulheres tenham também oportunidades de ocupar posições de liderança, contribuindo, assim, com a luta para equidade entre os gêneros”.




Já a professora Maria Leopoldina reforçou que “neste 08 de março, seu compromisso é com a educação, com a Rede, com o IFSertãoPE e, especialmente, com as mulheres, pautado na honestidade, respeito e trabalho.


Compromisso e ações


Muito além do discurso, a Rede Federal tem buscado ferramentas concretas para nortear a inserção de mulheres nos ambientes escolares e profissionais. De acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, do Ministério da Educação (MEC), a quantidade de mulheres estudando na Rede Federal passou de 505 mil em 2019 para 820 mil em 2020, sendo que nesse último ano a quantidade de mulheres ultrapassou a de homens matriculados (684 mil).


Exemplos exitosos de programas destinados ao público feminino não são uma novidade na Rede Federal. Em 2005, o Programa Mulheres Mil oferecia cursos de formação inicial e continuada para mulheres em situação de vulnerabilidade em todo Brasil. A época, a iniciativa marcaram a expansão da atenção ao feminino na Rede Federal e inspirou outras iniciativas. O programa foi desenvolvido em parceria com o governo canadense.


Mais recentemente, o programa Power4Girls - Empower to Lead! tem trabalhado no empoderamento de meninas por meio de estratégias voltadas para o empreendedorismo, inovação, criatividade e liderança. Setenta e três alunas do ensino médio da Rede Federal de quinze estados brasileiros foram selecionadas para participar, entre março e setembro de 2022, das atividades. O programa é patrocinado pela Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil.


Ações conjuntas com a Secretaria de Políticas para a Mulher, do Ministério da Família, também tem sido empreendidas no âmbito das instituições da Rede. Em todas as regiões do país, em torno de quatro milhões de reais foram investidos na capacitação e empoderamento de mulheres em situação de vulnerabilidade, além de micro e pequenas empreendedoras. Aproximadamente, 12 mil mulheres foram beneficiadas, em programas realizados com oito Institutos Federais.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Marcus Fogaça

Foto: Gildo Júnior (IFRR)


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