Com foco na Execução, palestra na REDITEC 2022 aborda a relação entre Tecnociência Capitalista e Tecnociência Solidária

O terceiro dia de programação da Reditec 2022, na quarta-feira, 9, iniciou com a palestra “Os Diferentes Olhares sobre as Identidades e os Territórios na Oferta EPT”, com foco na Execução, ministrada pelo Prof. Dr. Renato Peixoto Dagnino, docente do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


O professor Renato iniciou sua palestra com os seguintes questionamentos: Como a Rede Federal pode contribuir para transformar o país? Como deve formar seus profissionais? Qual conhecimento deve ensinar, pesquisar e “entender”? Qual conhecimento para a produção de bens e serviços coletivos eles precisam aprender? Como seus docentes deveriam orientar suas agendas de Ensino, Pesquisa e Extensão?


Com essas interrogações, o objetivo principal da palestra, de acordo com Peixoto, foi colaborar com elementos analíticos-conceituais, com evidências empíricas e produções que abordam a problemática da universidade do Brasil Contemporâneo, sobretudo mostrar a necessidade de disputar a hegemonia dentro das nossas instituições de Ensino Superior e Médio que hoje está sendo exercida pelas ideias de direita.


Um dos pontos chaves da palestra foi a abordagem da Tecnociência, que seria a Tecnologia atrelada à Ciência e vice-versa, algo interdisciplinar, como o professor ressaltou “não existe Ciência e Tecnologia separadas”, as duas andam juntas. E sobre este tópico explicou o seguinte:


“A Tecnociência que é abordada, estuada e pesquisada, hoje, é a Tecnociência Capitalista, contaminada - usando esse termo mais forte - com valores e interesses da classe capitalista. Para que possamos implementar um novo projeto no nosso país, precisamos utilizar um outro tipo de tecnociência, a Solidária, que tem na sua base a solidariedade, a propriedade coletiva dos meios de produção, a autogestão e o respeito ao meio ambiente, aos saberes dos povos originários e às mulheres”.


A partir daí, o professor destacou a importância de se criar novas agendas para o Ensino, Pesquisa e Extensão. “É justamente esse processo de reflexão para dentro da própria rede que vai levar à transformação dessas agendas. Mas para que isso aconteça é importante reconhecer a inadequação das agendas atuais no que tange ao nosso projeto de país. Não temos nenhuma receita pronta, mas observando e refletindo sobre as nossas atividades do dia a dia surgirão as conveniências necessárias para suas implementações, o que tem muito a ver com o processo de reconstrução do país que se inicia no próximo ano”.


Elaine Cristina da Rocha Silva, diretora do Campus Caruaru/PE, destacou a importância da palestra e como essas contribuições podem levar a uma mudança de comportamento e realinhamento de políticas públicas.


“Conseguiu nos instigar enquanto gestores, levar a uma reflexão quanto as atividades desenvolvidas e o contexto da vulnerabilidade social, além de trazer uma visão diferente quanto ao empreendedorismo e ao arranjo produtivo local, como algo reflexivo e importante para alinhar as políticas públicas desenvolvidas na rede federal”, enfatizou a gestora.


A programação também contou com a mesa-redonda com foco na Execução, “Agir para Transformar: fazeres necessários para garantir as Diversidades na EPT”, participaram da mesa Doriedson Rodrigues (UFPA), Claudina Maximiano (IFAM), mediando a atividade estava Luzia Matos Mota (IFBA).


Equipe de Comunicação da REDITEC 2022


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