Em meio a desafios, Institutos Federais chegam aos 14 anos de existência

A história da criação da configuração da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica como conhecemos atualmente completa, nesta quinta-feira (29/12), 14 anos. Os Institutos Federais se tornaram uma das mais robustas e importantes políticas de Estado de inclusão e acesso à educação pública, gratuita e de qualidade a partir de um modelo de ensino único, que atrai olhares do mundo todo, alçando as instituições a um patamar de protagonismo e vanguarda.


Concretizada pela Lei nº 11.892/2008, tais instituições são reconhecidas pelo seu modelo de ensino, reunindo educação profissional, básica e superior, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino. O modelo verticalizado é um diferencial de excelência, como avalia o presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Claudio Alex Jorge da Rocha.


“Os Institutos Federais são socialmente referendados pela população devido ao legado construído ao longo dos anos. As pessoas conhecem o trabalho que é desenvolvido nas instituições. Essa base sólida, com gestões sérias e competentes, é que nos ajudam a superar as crises que vivenciamos nos últimos anos”, destaca o presidente do Conif.


Claudio Alex também chama atenção aos ataques frontais que as instituições vêm recebendo nos últimos anos, sobretudo no último quadriênio, quando os desinvestimentos se acentuaram e voltaram a patamares de custeio semelhantes aos que foram vistos em 2015, sem levar em consideração a inflação, por exemplo. Desde 2019 houveram tentativas de interferência na autonomia das instituições e na escolha de dirigentes, bem como uma investida em um reordenamento, sem levar em consideração os desafios que o país enfrentava.  


Atento a essa movimentação, o pleno do Conif manteve-se ativo na defesa de interesse das instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A futura presidente do Conselho, Maria Leopoldina Veras Camelo, acredita que nos próximos anos o cenário deverá mudar e a Educação deve voltar ao protagonismo do país com mais investimentos, abrindo uma possibilidade de expansão e consolidação dos Institutos Federais. “Há que se protagonizar a Educação pois o crescimento do país depende diretamente da formação de profissionais qualificados para o mundo do trabalho, e a Rede Federal sabe fazer isso muito bem”, diz.


Modelo de excelência


Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia foram criados no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cumprem o compromisso social de oferecer educação profissional a jovens e adultos trabalhadores do campo e da cidade. Além da educação profissional e tecnológica, as instituições ofertam cursos de licenciaturas, bacharelados e pós-graduação stricto e lato sensu.


Uma das características centrais das instituições é o trabalho pela formação humana abrangendo ensino, pesquisa, extensão, internacionalização e empreendedorismo. A interiorização também é um traço primordial dos IFs. O modelo e toda a proposta têm uma ampla repercussão no mundo. Estima-se que mais de 30 países possuem parceria com as instituições brasileiras, abrindo oportunidades de intercâmbios e novas experiências a estudantes e servidores.


Em 2022, a Rede Federal ultrapassou a marca de 1.5 milhão de matrículas, que estão distribuídas pelos 633 campi espalhados por todo o Brasil. Dentro desse universo são desenvolvidos pelo menos 11 mil projetos de pesquisa aplicada e outros sete mil projetos de extensão, de acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, do Ministério da Educação (MEC).


Conif – Criado em 24 de março de 2009, o Conselho reúne os dirigentes máximos dos 38 institutos federais, dois centros federais de educação tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II e tem dentre os objetivos a valorização, o fortalecimento e a consolidação da Rede Federal. O Conif atua no debate e na defesa da educação pública, gratuita e de excelência.


Assessoria de Comunicação do Conif

Texto: Marcus Fogaça

Foto: Arquivo/Rede Federal

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