Continuando os encontros dos fóruns vinculados ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), no terceiro dia da 46ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec) 2022, abriu-se espaço para as discussões acerca da educação do campo e do ensino agrícola. “Uma parte define identidades e políticas públicas voltadas para os povos do campo e a outra refere-se ao ensino agrícola e o campus agrícola, como que podem ser gerenciáveis”, explica Matheus Bornelli de Castro, coordenador do Fórum de Educação do Campo (Forcampo).
Na reunião da tarde do dia 9 de novembro, além das reuniões entre os grupos de trabalho pré-definidos para tratar de assuntos estratégicos para a área, os componentes do Fórum puderam acompanhar a palestra “A trajetória da Educação Agrícola, do Campo, das Águas e das Florestas: avanços e possibilidades na Região Norte”, ministrada pelo Prof. Dr. Cícero Paulo Ferreira, vinculado ao Campus Castanhal do Instituto Federal do Pará (IFPA).
Docente desde os anos 1990, quando o Campus ainda era a Escola Agrotécnica de Castanhal, Ferreira discorreu sobre a dinâmica da Educação do Campo no Pará e Região Norte ao longo de seu tempo de experiência na área. “A Rede Federal trabalhou muito no ensino agrícola, no sentido de pacotes tecnológicos. E hoje, os movimentos sociais do campo, principalmente no Pará, onde são muito fortes esses movimentos, reivindicaram outro processo de educação para atender às demandas do campo, que respeitasse a cultura, o modo de vida, que o currículo fosse no formato de currículo aberto, que desse conta de discutir a vida das pessoas do campo. E essa experiência no Pará foi muito exitosa”.
Bornelli, que também é diretor geral do Campus Naviraí do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), lembrou que ainda hoje o Brasil é referência mundial em produção agrícola, biodiversidade e em povos do campo. “Nossa Rede é muito rica, muito ampla, muito diversa, muito complexa. E, hoje, pelo menos 250 campi da nossa Rede trabalham com educação do campo, ou com o ensino agrícola, ou com os dois juntos. Somos muito significativos na Rede”.
Sobre o fato da REDITEC 2022 ser pela primeira vez na Região Amazônica, o coordenador conclui: “É um evento que está sendo fantástico e o local foi bem apropriado. Conhecer a região Norte do país, as suas peculiaridades, suas possibilidades; então, o Fórum estando neste local é muito apropriado e muito significativo”.
Equipe de Comunicação da REDITEC 2022