Como parte da programação da 46ª Reunião de Dirigentes das Instituições de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec), o Fórum de Pró-Reitores de Extensão (Forproext) do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) ocorreu no terceiro dia de atividades, realizadas em Belém-PA.
O reitor do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), Flávio Luís Barbosa Nunes, membro da Diretoria do Conif, falou sobre a alegria da retomada da Reditec após o período de pandemia. “A Rede Federal de Educação Tecnológica só é rede por causa deste tipo de evento que promove a interação entre as instituições. Às vezes, ficamos impressionados, nos perguntado se precisa deste tipo de encontro. Precisa sim. Serve para pensar em conjunto como melhorar, como trocar experiências, como aperfeiçoar o que a gente faz. E tudo isso só é possível em oportunidades como esta. Com a transição de governo, temos a oportunidade de levar, a partir dos trabalhos desenvolvidos aqui, o que a Rede tem para oferecer ao novo governo. A extensão, com os projetos e programas, é a área que mais pode apresentar como podemos contribuir neste processo para atender aos ministérios que estão se formando”, afirmou Nunes na acolhida do Conif aos pró-reitores de Extensão membros do Forproext da 46ª Reditec.
O coordenador do Forproext, Vitor Prates Lorenzo, na sequência, convidou a professora Maribel del Pozo Triviño para apresentar um dos projetos realizados pela Universidade de Vigo que busca a promoção da inclusão, da igualdade e o fim da violência de gênero em seu país. A proposta é encontrar pesquisadores brasileiros para atuarem junto ao ‘Grupo de Investigação em Estudos Literários e Culturais, Tradução e Interpretação’ para produzir materiais de conscientização das pessoas assistidas lá, de forma que os materiais que são elaborados pelo grupo sejam melhor compreendidos pelos migrantes, como os brasileiros e brasileiras em situação de prostituição, que estão na Espanha sofrendo violência de gênero e que se encontram sem saída devido às dificuldades de compreensão da língua, barreiras culturais e falta de conhecimento dos próprios direitos. “A desigualdade persiste pela impunidade dos agressores que seguem martirizando ainda mais as vítimas, em geral, mulheres migrantes e jovens prostituídos, que dependem dos agressores emocional e economicamente”, esclarece.
Outro assunto do Forproext foi a Rede Maker, apresentada pela assessora do Núcleo Estruturante da Política de Inovação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Úrsula Gomes Rosa Maruyama. Ela destacou que o processo de “Aprender Fazendo” possibilita a sistematização de ideias de cunho colaborativo para contribuir com os estudos do educando enquanto sujeito capaz de gerir a própria aprendizagem. Para o desenvolvimento desta prática educacional e de aprendizado científico, a utilização das ferramentas digitais é um importante suporte. Após breve explanação, a secretária Maruyama entregou aos pró-reitores de Extensão da Rede Federal o Manual Maker –“O ‘Aprender Fazendo’ da Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica” – que foi produzido a partir dos resultados dos editais da Setec/MEC de seleção de projetos para implantação de laboratórios “maker”.
O diretor de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica da Setec/MEC, Fábio de Medeiros Souza Medeiros, assim como já tinha feito no Forpog no dia 8, abordou o tema “Educação Profissional e Tecnológica para o Empreendedorismo e a Inovação”. Apresentou dados sobre investimentos e as ações desenvolvidas para a implantação de uma Política de Fomento ao Empreendedorismo e à Inovação por parte do MEC junto às instituições de ensino da Rede Federal. Destacou os quatro eixos principais desta política: a educação para a transformação digital, o surgimento de negócios de base tecnológica, a capacitação tecnológica do setor produtivo, e a necessidade de promover, cada vez mais, a integração estratégica da educação com o setor produtivo.
O resultado dos mapeamentos feitos pelos Grupos de Trabalho do Forproext sobre agricultura familiar, diversidade, arte e cultura, empreendedorismo social, curricularização, financiamento, normas e legislação, formação em extensão, mundo do trabalho e indicadores sobre as ações desenvolvidas pelos institutos foram apresentados na sexta-feira, 11, em conferência on-line. “Iremos organizar o seminário de curricularização da extensão, orçamento e indicadores de extensão”, afirma o coordenador do Forproext, Vitor Prates Lorenzo.
“Precisamos estar lá em Brasília, com todo o planejamento estratégico de política pública, de política educacional, de política de extensão, enquanto instituição que dialoga com o povo, com um projeto de emancipação da sociedade. Não podemos deixar pensar um projeto de emancipação social e desenvolvimento territorial local sem uma das políticas públicas mais eficazes que foi desenhada dentro deste país que tem inserção, que tem alcance, que é a extensão. A Rede Federal é imprescindível para o governo. A Extensão é imprescindível, pois temos a expertise, a força de trabalho em várias áreas. Todos os setores estratégicos do novo governo precisam conversar conosco, pois somos nós que dialogamos com o povo. Precisamos dos indicativos, buscar espaço, apresentar nomes para nos representar lá em Brasília”, explicou a pró-reitora de Extensão do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Nívea de Santana Cerqueira, sobre o direcionamento desta edição do Forproext e sobre a importância estratégica da extensão.
Equipe de Comunicação da REDITEC 2022